segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Primeiro dia em Thiés


Já estou em Thiés, que ainda não vi. Por enquanto só conhecemos o hotel onde ficaremos por uma semana. Fiquei feliz por descobrir que terei internet e porque não havia imaginado um quarto de hotel tão confortável.  Mas, claro, por aqui as coisas são muito diferentes culturalmente. E é aí que está a graça de viajar. Para ver o igual é melhor não sair da zona de conforto. E eu estava com uma preguiça danada de sair de casa. Vencida a inércia, o resto agora é descoberta, é viagem.  Se houver tempo, vou mostrando o que vejo. No caminho para cá, muitos vendedores ambulantes na beira da estrada, Limões, laranjas, mamões, bananas e muita, mas muita mesmo, melancia, que só consegui fotografar pela janela do carro em movimento. E foi emocionante ver um campo inteiro com baobás centenários. O grande problema aqui, na Amazônia e em todo o lugar onde há concentração de gente que passou a ter contato recentemente com produtos industrializados e plásticos etc é a quantidade de lixo e o que fazer com ele.  As grandes empresas encontram nestes lugares um mercado promissor. Caldo maggi e nescafé por aqui são fartos  - fora as águas em garrafinhas e copinhos etc. Amanhã começamos a formação de mulheres na zona rural. Vou contando. 



Baobás

Quarto do hotel com banheiro,  ventilador e mosquiteiro

Já em Dakar. O melhor e o pior café da manhã da viagem

Já em Dakar - o melhor da viagem
Demorei 24 horas para chegar em Dakar porque tive que esperar algumas horas no aeroporto de Madrid. Minha grande preocupação era o que fazer durante 7 horas de espera naquele ambiente nada acolhedor de aeroporto. Não consigo ler com distração e não gasto mais de meia hora para ver as lojas. E agulha de crochê e de tricô acho que não se pode levar na embalagem de mão. Um jeito bom de passar o tempo num aeroporto grande como o de Paris e de Madrid, com trenzinhos para percorrer longas distâncias, é passear pra lá e pra cá, de preferência por necessidade e não com o único propósito de não enlouquecer com a espera. E para criar esta necessidade é bom que você esqueça na bandeja do raio x algum objeto de extrema importância. Foi o que aconteceu. Tive que tirar tudo das bolsas para passar no raio x. Na minha frente, alemães sendo mal-tratados porque estavam carregando bebidas que foram jogadas no lixo sob protestos. Só para apavorar quem vem atrás. Depois de passar pelo sufoco, mesmo não tendo nada de errado a declarar, parei com as bandejas sobre uma mesa fria como de necrotério e fui arrumando as duas bolsas tentando respeitar a ordem original.  Ufa, ficou apertado, mas coube tudo de volta. E anda pra lá, anda pra cá, procura um lugar pra comer. Nada que me apetecia. Até que encontrei uma lanchonete cujas fotos me apeteceram - como se eu nunca tivesse trabalhado com produção de comida para fotos. Pedi o único item do cardápio que tinha cara de almoço, embora fosse um prato de café da manhã - tortilla, linguiça, feijão, ovos mexidos e suco de laranja. Fora o suco de laranja fresco que, incrivelmente, estava maravilhoso,  o resto era incomível. A linguiça tinha gosto de tresantontem; as fatias de bacon, cruas, mornas, elásticas;  a tortilla, encharcada;  os ovos mexidos moles crus e o feijão branco com molho doce de catchup era meio repulsivo. Sorte que tinha trazido pão com queijo do avião. Estava ali  olhando o prato com cara de nojo e lamentando meus 10 euros indo pro lixo quando observei que a bolsa de mão estava  tão gordinha. Pensei: com o laptop perfeitamente encaixado ela ficava tão retinha. Ué, então cadê o dito? Putz, esqueci. E pra saber por onde eu tinha entrado? Pergunta pra um, pergunta pra outro? De onde a senhora vem? De São Paulo, mas posso dizer que vim de Madri, porque saí e voltei. A senhora foi pra rua? Não, porque não quis, mas cheguei ao ponto de taxi, poderia ter ido ao Prado.  Então, entrei por Madri. Mas se era conexão, não podia. Tanto podia, que saí, seu moço. E liga pra um, liga pra outro, me mandam prum canto, mandam pro outro, passa de volta na polícia federal - Sim, eu saí,  entrei, estou saindo pra buscar meu ordenador e vou entrar de novo. Finalmente uma policial me acompanha até um lugar onde ele poderia estar. E isto, de trem, pra lá e pra cá. Finalmente o encontrei e a falta de duas teclas foi a senha para comprovar que era meu - afinal, descobri, muita gente esquece o laptop na bandeja. E lá vou eu, de novo na fila do raio x, de novo desmonta as bolsas, tira cinto, relógio e sapato, empacota creminhos, de novo coloca tudo de volta. Agora conferindo com calma. De novo polícia federal, explicando: eu entrei mas saí pra rua e entrei de novo,  saí  pra buscar meu ordenador e estou entrando novamente, agora pra ficar, portanto nada de carimbo, por favor. Ok, vá embora, sua louca. Mais trenzinho, me sento à beira do portão certo e dali não saí mais. Já estava quase no horário. Viu, como é fácil passar o tempo?  




No aeroporto de Dakar já estou escolada. Vem muita gente te abordar, querer pegar suas malas, colocar no carrinho, levar ao taxi, mas é só ir dizendo merci, merci, merci e ir passando com a cabeça erguida. O Ibrahim, motorista do hotel, foi me buscar e deu tudo certo. Desta vez me botaram no melhor quarto do Hotel Du Phare, um pousada bem simpática, mas que peca pelo café da manhã - água quente com sachê de chá ou nescafé (uma praga por aqui), baguete fria e mal cozida, leite em pó, suco artificial extremamente doce, além de geleia e manteiga.  Sorte que logo desceram os amigos padeiros franceses, Michel e James. Um, com biscoito de Prato (Prato, Itália) de sua padaria e queijo de leite de ovelha do Piemonte francês, onde mora. E James, que além de padeiro é botânico, com remédio preventivo pra malária feito num centro especializado aqui mesmo no Senegal.  As delícias e o carinho dos amigos fizeram deste o melhor café da manhã da viagem. Daqui a pouco seguimos para Thiés, onde vamos trabalhar com a população rural. 



O pior da viagem

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Vou ao Senegal e já volto

Fui convidada novamente para ir ao Senegal, pela ong francesa Solidaritè.  Desta vez, apenas passo por Dakar. Vou ficar uma semana em Thiés e outra em Tambacounda. Não sei se vou ter acesso a internet, mas, se tiver, mando notícias. Vou amanhã e volto no dia 10 de dezembro. O desafio por lá é diminuir a dependência do trigo. Então, o que vou fazer é mostrar alternativas de pães chatos com outras fontes locais de amido, incluindo o milho e a mandioca. 


Aproveitei para mudar a testeira do Come-se. O artista da vez é Andrés Sandoval, um amigo querido que fiz pelo blog e que já me presenteou com as jabuticabas, lembra? Sinto-me orgulhosa e lisonjeada, não só porque adoro o trabalho dele - reconhecido e premiado de montão, mas porque ele também aprecia o que faço. O presente chegou em boa hora, hora de viagem, de descanso do blog (que não me cansa, em absoluto - é meu refresco). Veja a página nova que criei aí em cima, uma galeria com todas as outras testeiras que já apareceram no Come-se.  


Até a volta! E se quiser já ir testando uma boa receita de panetone para o Natal, feito com fermentação natural, tem aqui.

Do meu lixo cuido eu


Veja que experiência interessante a ser replicada, senão na totalidade, ao menos em parte.  O Claudio Oliver é um leitor amigo, de Curitiba, que apareceu ontem no Paladar na matéria sobre roceiros urbanos (eu também!).

Maceió em 13 horas

Meu  menu degustação no Bodega do Sertão
Ontem estive em Maceió, participando de uma mesa redonda no XIV Congresso da Mandioca, junto com a chef carioca Teresa Corção, mediada pelo pesquisador da Embrapa, Joselito Motta.  Acho que foi a segunda viagem mais rápida que já fiz até hoje. E isto não é nada bom. Não posso nem ticar naquela lista do "teja visto", porque quero muito voltar e conhecer a cidade com uma orla linda que vi passando rápido do lado de fora do taxi. 


No café da manhã de um dos vários hoteis Ritz onde dormi por 3 horas, pensava encontrar um café da manhã regional, que seria minha grande oportunidade de conhecer um pouco mais dos costumes alagoanos nas poucos horas que dispunha, mas é sempre o mesmo e entediante café internacional, seja no Paraná ou em Manaus: iogurtes de morango, suco de laranja, granola, ovos mexidos, pão francês, bolo, biscoitos, mamão, melão, banana e abacaxi, mel, geleia, manteiga e, pra que ninguém reclame que não tem comida local, encontrei um cuscuz, bananas fritas, um bolo de milho e suco de umbu-cajá. Depois chegou tapioca.  Bem, poderia ser pior. A propósito, veja o artigo da Roberta Malta


Pratos no Bodega do Sertão, em Maceió
Sorte que no almoço Joselito nos levou para almoçar no Bodega do Sertão, um restaurante self service, com tudo a que eu tinha direito de conhecer. E assim pude de uma só sentada ao menos experimentar várias delicias sertanejas, de sarapatel a carne seca com natas, como se vê na foto do meu prato. A comida praiana fica pra próxima visita, quando quero ir a passeio demorado. 

El Bule não fechou - aqui a fachada do Bodega do Sertão
A orla de Maceió



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fritada de pizza de escarola

Estes dias de feriado foram tempos de fast food aqui em casa. A prioridade era recuperar várias coisas de uma casa que será demolida pra virar prédio na Vila Madalena. Lourdes Hernandez nos deu a chave e disse: a casa dos nossos amigos foi vendida e vai virar prédio, pode ir lá e tirar o que quiser pra casa de vocês em Piracaia. Pois, fomos:  vasos e mais vasos, mudas de bananeira, helicônias, laranjeira, primaveras, bambuzinhos, limoeiro, palmeiras, alamandas, jardineiras com tomilhos, hortelãs, oréganos, alecrins, manjericões, além de pias, portas,  fechaduras e janelas enormes que emolduravam praças e casas de uma vila que vai desaparecendo entre arranha-céus que brotam destas casas bonitas, bem construídas, onde famílias viveram momentos felizes. Deu dó, mas farei bom uso e as janelas vão emolduras aquela paisagem com colinas e represa em Piracaia. Um caminhão baú seguiu pra lá ontem, sob chuva, cheio com a ajuda de sete homens trabalhando de nós, mulheres, minha irmã Suzana e eu, com as mãos em bolhas e calos.  Mas valeu a pena. 




Foram três dias inteiros de muito trabalho e, na hora de comer, pão francês com queijo e mortadela, frango de padaria e, claro, pizza. Num dos dias, abri a geladeira e só havia dois pedaços de pizza de escarola da véspera. Pizza requentada no almoço não é dos meus pratos preferidos e parece que seria pouco para nós dois. Tinha também dois ovos, um maço de salsinha.  Lembrei daquela minha  mais nova invenção. Fritada de pãoPronto, resolvido, um almoço com alguma dignidade, reforçada pela salada de agrião e uma taça de vinho. Se com pão ficou bom, com pizza já temperada e recheada com verdura e queijo, melhor ainda. Foi só picar os pedaços, umedecer com 1/4 de xícara de leite, juntar 2 ovos ligeiramente batidos  (se tivesse mais, teria colocado três), um punhado de salsinha, corrigir o sal, polvilhar pimenta-do-reino e despejar na frigideira com um pouco de azeite. Abaixei o fogo, tampei (minha frigideira é daquela para omelete, com duas partes) e deixei cozinhar e dourar dos dois lados. Se ficou bom? O Marcos disse que adorou e que vai fazer na minha ausência (vou viajar). Posso lhe garantir, é uma vida nova à pizza de geladeira, muito melhor que pizza requentada no forno (no microondas, não dá, né?). Experimente, incremente com as ervas que tem, com tomates, cebolas. Só tome cuidado na hora de virar. A estrutura é mais frágil. Se não tiver frigideira para omelete, use um prato para ajudar a virar.  E nhac!  


Com salada de agrião, nhac! 

Horchata de chufas. E amido de chufas, farinha de chufas, pão de chufas, mingau...



Foi por causa destes dois posts publicados aqui (http://come-se.blogspot.com/2008/01/batatinhas-de-tiririca-ou-chufas.html) e (http://come-se.blogspot.com/2007/11/carreguei-ontem-estes-dois-livrinhos.html), que recebi o email da leitora Clélia: 

Faz pouco tempo que descobri seu blog, mas estou maravilhada, gosto de como vc descreve as coisas simples e prazerosas da vida, gosto da maneira como você enxerga o Brasil e a nossa cultura e gosto muuito das receitas que vc cria ou simplesmente dá o seu toque pessoal.
Neide, eu li numa postagem que eu acho que é de 2007 que você gostaria de experimentar a horchata de chufa (eu não sei se você já logrou isso) e eu quero te mandar um pouco te chufa para que você possa preparar sua horchata. Se você ainda estiver interessada me mande seu endereço que eu te envio (ainda estamos em temporada), é claro que aqui se toma chufa o ano inteiro nestas embalagens tetra, mas é durante o verão que se pode saborear uma horchata recém preparada nas sorveterias valencianas que é onde se toma os melhores sorvetes na Espanha. Bem, estarei aguardando o seu e-mail. Beijos da sua mais recente seguidora, Clélia Regiane


Não me fiz de rogada e, claro, mandei o endereço. Achei que demoraria um tempão, mas logo chegou. Agradeci e pedi a receita da horchata:

Oi Neide! Que surpresa agradável, pois eu pensei que você demoraria a receber o pacote devido a greve dos correios, fico contente que não tenha se perdido pelo caminho e tomara que você goste. Quanto as receitas eu não tenhp nada que possa chamar de minha, mas, poderia te dizer que a horchata eu preparo como prepararia um leite de soja ou melhor um leite de amêndoas ou de arroz, já que não necessita da parte do cozimento como a soja. As quantidades: 1 litro de água, 250 g de chufa, açúcar a gosto. Mas existe uma infinidade de coisas que vc pode fazer com a horchata ou chufa de uma olhada nesta página www.chufadevalencia.org


Mandou junto um pouco de açafrão

Ah... já ía me esquecendo, também te mando um pouco de açafrão que também é cultivado aqui na região e contão os antigos que no passadoquando uma mulher se casava levava sua porção de açafrão que era para condimentar a paella e socorrer a nova família em caso de dificuldades financeiras.Se quiser nos visitar estamos na costa mediterânea numa cidadezinha chamada Dénia.




A horchata: bem, fiz a receita de horchata, seguindo a recomendação da Clelia e as orientações do site que me enviou. Como vi receitas que usam 250 g de chufas frescas para 1 litro de água e o que eu tinha eram das secas (que tinham peso maior quando estavam frescas), usei mais água - quase 2 litros. As chufas secas precisam ser demolhadas por 24 horas e, assim, ficam inchadas bem leitosas. Ela me mandou dois sacos e eu precisei tirar de perto de mim, porque estava comendo tudo como se fossem nozes. No começo a casquinha é um pouco incômoda, mas depois a gente se acostuma com ela e as chufas viram avelãs, amêndoas cruas, deliciosas, crocantes.



Bati no liquidificador, espremi bem no pano. Achei que poderia ter ainda uma segunda extração e juntei mais água ao farelo e tirei mais uma jarra menor de horchata branquinha, densa, refrescante. Por isto, acho que usei uns dois litros. O conteúdo da primeira jarra estava mais forte no sabor e o da segunda, mais suave, mas a diferença não é muito marcante, não. Talvez porque eu realmente devesse triturar mais na primeira extração. Adocei e tomei com gelo. É meio viciante, já vou avisando. 


A farinha: o que sobrou no pano, fiquei com dó de jogar fora e coloquei numa peneira, sobre outro pano seco e levei para secar ao sol (sorte que fiz isto antes da chuvarada do feriado). O que fazer? Não estava com tempo de pesquisar nem mesmo pra saber se esta farinha existe - se não existe, é um desperdício, pois é gostosa, crocante, dá pra fazer farofas ou colocar no pão. Como pão é assunto corriqueiro aqui em casa, foi para o pão. Depois de seca, a farinha pesou 80 g. 






O amido:  as chufas são ricas em amido e também em gorduras boas (com grande proporção de ácidos graxos monoinsaturados, como o azeite), além de proteínas. Então, assim que se acaba de bater, ela é bastante espumosa e rica em sabor. Como bebi imediatamente, o amido estava disperso e foi ingerido junto com o líquido (embora amido não seja solúvel em água) porque não tinha tido tempo de assentar. Mas assim que teve tempo, sedimentou todo no fundo da jarra. Você pode mexer a cada vez que vai tomar. Mas eu gostei disso e quis fazer experiência de usar este amido sedimentado.  Então, misturei novamente, coloquei numa travessa (para ficar mais fácil de secar), esperei sedimentar, escorri a horchata e deixei a camada branca secando. Tirei os blocos secos, passei por peneira e estava pronto o amido, fino como um talco, uma maisena. Como disse, o conteúdo da primeira jarra já tinha sido tomado com o amido e tudo, então o rendimento de amido deve ser o dobro do que obtive (25 g de uma jarra).  Na real, deve ser mais ou menos 60 g de amido por 250 g de chufas secas (já que a primeira jarra era maior e eu não separei o amido).  Uma quantidade bem considerável. Usei para fazer mingau e o resultado é parecido com aquele feito com amido de mandioca - parece ter bastante amilose porque o mingau fica muito viscoso. Deve servir para fazer biscoitinhos etc.  


Para o pão, usei 300 g de levain reformado um dia antes, 2 xícaras de água,  2 xícaras (70 g) de farinha de chufas, 1/2 xícara de azeite, 1 ovo, 2 colheres (sopa) de mel - rasas, por favor, 1 colher (sopa) de sal  - rasa, sempre rasa. E farinha até dar o ponto, cerca de 850 g. Antes de assar, rolei os pães umedecidos sobre o restante da farinha de chufas. O pão fica macio e crocante, como aqueles feitos com castanha-do-pará. Com a vantagem que tem bastante fibra. Sobre levain, sobre substituição dele, sobre o jeito de fazer, etc, é só olhar o post do pão de caldo de cana: http://come-se.blogspot.com/2011/10/pao-com-caldo-de-cana.html

Para o  mingau, usei 1 xícara de leite e 1 colher (sopa) de amido, uma pitada de sal e duas colheres (chá) de açúcar. Misturei tudo e levei ao fogo, mexendo sempre, até engrossar. Servi no café da manhã, com canela e nhac! Delicioso. 


E, para saber tudo sobre as propriedades da horchata e das chufas, veja aqui: http://www.chufadevalencia.org/ver/19/Propiedades.html


Ah, já ia esquecendo. Depois de deixar a horchata por um dia na geladeira ela cria uma nata densa, já que as chufas são ricas em gordura. Colhi de colherinha e achei incrivel o sabor. Já fiquei pensando na manteiga de chufas...  Será que existe?

Clélia, obrigadíssima pela oportunidade de viver esta experiência com as chufas valencianas! 


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Suco de manga verde com capim-cidreira

As praças por aqui estão carregadas de manga verde. Sempre que passo por elas, colho algumas para um suco. Sei que não farão falta aos periquitos que não deixam sobrar uma só manga madura.  Para ficar bem verdinho e com  um toque cítrico, bati junto com o suco capim-santo ou capim-cidreira. 



É como uma limonada. A manga verde confere sabor e acidez e você pode usar a quantidade que quiser depende do que espera do suco - mais ou menos ácido, com a vantagem de não ter adstringência nenhuma. Quatro mangas pro litro, por exemplo.  Então, basta bater tudo no liquidificador, incluindo uns dez ramos da erva, coar de preferência em pano fino, adoçar a gosto,  juntar muito gelo e glupt! 

Veja também:

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Broa de fubá com levain


Não tem nenhuma novidade, a não ser que usei o levain (fermento natural, caseiro) para fazer esta broa. A receita é aquela mesma das broinhas, com adaptações. 
Se você não tem levain, veja outras alternativas no post do pão com caldo de cana. Ou você começa a preparar o seu fermento ou usa o desidratado, comprado no Mercado. Ou simplesmente faça as broinhas nas quais me inspirei. 


Broa de fubá com levain

300 g (ou 1,5 xícara) de levain reformado um dia antes ou fermento preparado como indicado no item 2 no post do pão de caldo de cana 
1 e 1/4 de xícara de leite (300 ml)
750 g de farinha de trigo especial, aproximadamente
300 g de fubá
¾ de xícara de açúcar (135 g)
1/4 de xícara de manteiga sem sal (50 g)
1 colher (sopa) rasa de sal (15 g)
3 ovos
1 colher (sopa) de erva-doce
Leite (para pincelar sobre as broas)
Farinha e fubá em quantidades iguais (para polvilhar sobre as broas)

Modo de preparo
Coloque numa bacia o levain, o leite, 150 g de farinha e 150 g de fubá, aproximadamente. Mexa bem, cubra com plástico e deixe levedar - até formar bolhas. Junte, então, os outros ingredientes, deixando o restante da farinha, por último. Vá sovando bem e juntando mais farinha de trigo se for necessário. Quando a massa estiver bem lisa e soltando das mãos, cubra a bacia com plástico e deixe em local bem protegido, até que a massa dobre de volume.  Não pode ter pressa!  Divida a massa em 4 porções  faça bolas e coloque em forma untada e enfarinhada deixando espaço entre elas. Espere crescer novamente. Pincele leite e polvilhe com farinha e fubá. Faça cortes na superfície do pão e leve para assar em forno pré-aquecido a 200 ºC, por cerca de uma hora ou até dourar. Se tiver que guardar o pão por mais que três dias, espere esfriar, embale em filme plástico e congele ou deixe na geladeira. Se não, basta manter em saco de papel ou de pano, que ele se conserva razoavelmente bem.  Se achar, nos dias seguintes, que está meio seco, coloque as fatias na torradeira e nhac! 


Rende: 4 broas

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É hora de colher grumixama


Até outro dia não conhecia grumixama. Foi só quando meu pai comprou uma muda de abiu e nasceram, em vez da fruta comprada, outras vermelhinhas, redondas e doces, que eu a descobri. E foi paixão à primeira mordida, com um quê de coquetel de mirtáceas - perto da casca lembra jabuticaba, sendo, porém, de consistência mais macia. Perto das sementes, lembram pitangas, uvaias, gabirobas, goiabas. Em comum com a jabuticaba, além da cor e dos trejeitos, o poder de enfeitiçar, afinal é impossível comer uma só. Em encontrando uma árvore carregada como a que descobri na rua de baixo você se vê impelido a comer todas que estiverem ao seu alcance, até não aguentar mais.





Lembrei que já era época de grumixama quando passei pela Av. Dr. Arnaldo e avistei umas árvores carregadas na Faculdade de Medicina da USP. Comi algumas ali mesmo, certa da minha imunidade contra fuligens e outras poeiras contaminadas. Mas as frutas estavam limpas, tinha acabado de chover. Muita gente parou para me perguntar o que era aquilo. Grumi o que? Quem te chama? O Gru! o Gru te chama. Ah, o Gru me chama. Pronto, decorou? 


Tem gente que não gosta do nome. Eu acho bonito. Tem também cereja-do-mato, mas este é o nome também de outra cereja, a do Rio Grande, também da Mata Atlântica, também brasileira. Grumixama, pelo menos, é só ela e não é lá nenhuma cagaita, este sim um nominho complicado. Gru lembra uma coisa capsular suculenta, sei lá. É isto que me chama. 

Mas para não ir sozinha, chamei minha amiga e vizinha Veronika, que gosta de andar a pé. Combinei que colheríamos de "a meia", como diz meu pai. O menino João veio também porque achou divertida a ideia da colheita e também o nome. Chegamos e o chão estava pintado de frutinhas caídas. Nos galhos havia tantas, mas tantas, que o que tiramos não chegou a fazer cócegas na árvore. Pegamos as que estavam nos ramos mais baixos, mas chegou uma hora que Veronika decidiu escalar e aí a coisa rendeu.



Na volta pra casa, com a cesta cheia (e também uns galhos para umas experiências), fomos dividir conforme o combinado, meio a meio. O João estava bem preocupado: como faríamos para não haver injustiças?  Dividimos a olho em duas tigelas iguais. Como ele ainda não estava muito convencido da equidade da partilha, achei que o melhor a fazer seria usar uma balança. E uma balança nas mãos de uma criança é sempre uma brincadeira. Um jeito divertido de se treinar matemática. Uma pra cá, outra pra lá, divide a diferença em dois. Soma o peso das duas tigelas e divide ao meio, vai um, menos um, e acertamos em 1700 g pra um e 1699 g para outro. Como eles estavam em dois, levaram a maior parte e, pronto, não se fala mais nisto.

Pensei em fazer algo com as frutinhas, mas estou vendo que não vai sobrar. Meus dedos estão roxos e minha boca, idem. Um tanto delas foi para um vidro com cachaça para, depois de uns dias, virar licor. Depois eu conto como ficou.

Agora, só pra você saber: grumixama é parente da pitanga, família das Mirtáceas e é originária da Mata Atlântica, da Bahia a Santa Catarina. O nome vem do tupi, mas o que significa, não sei, pois numa rápida pesquisa no Museu da Casa Brasileira vejo que, no relato dos viajantes, as frutinhas eram chamadas de comixá ou comichã. Veja abaixo: 

O licor, para ir curtindo



"Nas campinas há outra árvore, a que chamam ubucaba [...] dá umas frutas pretas e miúdas como murtinhos, que se comem, e têm sabor mui sofrível. Mondururu é outra árvore que da umas frutas pretas, tamanhas como avelãs, que se comem todas, lançando-lhes fora umas pevides brancas que têm, a qual fruta é muito saborosa. Há outra árvore como laranjeira, que se chama comichã [grumixama], a qual carrega todos os anos de umas frutas vermelhas, tamanhas e de feição de murtinhos que se comem todas lançando-lhes fora uma pevide preta que têm, que é a semente desta árvore grande que dá fruto do mesmo nome tamanho como cerejas, de cor vermelha, e muito doce [...]. Cambuí [goiabeira do mato] é uma árvore delgada [...] a qual dá flor branca, e o fruto amarelo do mesmo nome; do tamanho, feição e cor das maçãs de anáfega. Esta fruta é mui saborosa, e tem ponta de azedo [...]"  Nota da edição comentada por Pirajá da Silva.
1587 Recôncavo, Bahia
SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil (1587). São Paulo, EDUSP/ Companhia Editorial Nacional, 1971. p. 194


"[...] um fruto a que chamam 'pequi'[...] que dá no seu miolo quase um como clarificado de açúcar mui gostoso; 'quamocá', outra fruta, vermelha, semelhante a ginjas; 'iba-mirim', como limões: 'uti', fruta comprida, gostosa no comer: 'ubacropari', como pêssegos; 'comixa', fruta miúda, a feição de murtinhos; 'grexiuruba', outra a modo de zamboa: 'eycajerús', de modo de ameixas mousinhas; 'não-taia-ambús'são semelhantes à ameixas brancas; 'ubaperunga', como uvas bastardas pequenas, que dão mostra de nêsperas; 'ubapitanga', da feição de ginjas; 'tatajuba', semelhante a pêssego, de cuja planta comida a raiz mata a sede [...] 'morosis', que são apropriados a murtinhos [...] 'mamão'[...] muito adocicado; 'araçá'[...] de muito gosto, do qual se faz boa marmelada; há outro modo de 'araçá', por sobrenome 'açú', por ser maior e mais estimado para se comer [...]. Estas são as frutas [...] que os moradores do Brasil por negligência deixam estar até agora agrestes, espalhadas pelos matos, as quais, se forem cultivadas, se avantajariam em bondade e gosto."
1618 Nordeste
GANDAVO, Pero de Magalhães. Diálogos das Grandezas do Brasil (1618). Introdução de Capistrano de Abreu, Notas de Rodolpho Garcia, Rio de Janeiro, Oficina Industrial Gráfica, 1930. p. 207

"Ele mostrou-me então a casa [...] consistindo apenas de três peças [...] seu escritório [...] seu quarto de dormir [...] e um terceiro quarto, ocupado com barris de vinho de laranja, e potes de licor feito de grumixama, pelo menos tão gostoso como a aguardente de cerejas, com que aliás se parece. São os produtos de sua fazenda [...]"

1822 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
GRAHAM, Maria. Diário de uma Viagem ao Brasil e de uma Estada nesse País Durante Parte dos Anos de 1821, 1822, 1823. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1956. p. 190-1

E, só por graça, veja isto:



Na brincadeira de pesar, João começou a querer pesar de tudo: pilões, tigelinhas, colheres e frutas da fruteira. Até que pesou uma maçã murchinha que marcou 111 g. Ele deu um pulo de alegria: mamãe, dia 11/11/2011, uma maçã 111!! Aliás, deu muitos pulos e gritinhos. Até a Dendê sorriu. Veronika e eu tivemos a mesma ideia. Corremos à cozinha para conferir as horas: 11 horas e 11 minutos (indo pra doze, mas ainda 11!). João pulou mais ainda. O que isto quis dizer? Acho que nada, coincidência, mas, por vias das dúvidas, vou plantar as sementes da maçã 111 g. E, poxa, devíamos ter dividido também a maçã, pra dar sorte.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Coisa que eu odeio no café da manhã



Pelo menos já somos um grupinho. Encontrei a referência que me faltava sobre o assunto hoje no blog da Nina Horta. Embora conversamos sobre tantas coisas, nunca abrimos espaço para comentar deste nosso desgosto comum.

Ela escreve: "No outro dia as meninas do Saia Justa estavam se lembrando das coisas que mais as irritam. Vidro de requeijão que parece cheio, você prepara a torrada e está vazio. Aquela propaganda que envolve o jornal... com essa me identifiquei. Elas somente tiram com raiva, eu jogo bem longe, de preferência amassada."

Eu faço diferente delas. Minha raiva é tanta, que amasso bem amassadinho sem ver de quem é a propaganda. Chega a comprometer meu café da manhã. Por que fazem isto comigo? Amasso de raiva e pra poder quebrar bem as fibras e ficar flexível (o pedaço de jornal, eu continuo inflexível). Assim posso levar ao passeio matinal pra recolher o cocô da Dendê. Só pra isto que serve.  Aí fico pensando: será que os publicitários das empresas anunciantes e o departamento de marketing dos jornais acreditam realmente que estas aletas funcionam?  Para mim, é anti-propaganda para os dois envolvidos e desperdício de papel e tinta. Eu já até cogitei cancelar minha assinatura do jornal por isto.  Aqui em casa somos três e 100 % odeia, quer cuspir e pisar em cima. 

Biscoitos de farinha de mandioca com coco e amendoim. Ou quinta sem trigo 41


Ontem fui ao Mercado da Lapa e, quando vi aquela farinha de mandioca baiana,  bem fininha e gomada (da qual não foi extraída todo o amido), imaginei fazer com elas uns biscoitinhos. Achei que em vez de biscoitos muito crocantes à base de manteiga, ficaria melhor se continuasse investindo naquela receita de biscoito de crueira, com algumas variações.  No mesmo mercado comprei, então, farinha de amendoim (amendoim torrado e triturado que você pode fazer em casa), coco ralado e farinha de açaí  - pensei em biscoitos cor de rosas, mas sorte que antes de usar resolvi experimentar e não gostei nada do que senti: um forte sabor de alguma coisa que já provei uma vez chamado Quick ou algo parecido (ainda existe). É uma coisa horrorosa com sabor de morango artificial e retrogosto por cinco dias. Pois a farinha de açaí tinha este mesmo sabor. Por enquanto, apenas descartei, mas vou apurar - vai que aquela maravilha que é o açaí, com o processamento e desidratação, perde a dignidade a tal ponto. Nunca se sabe, mas eu duvido.  Voltando, o post não era pra falar disto. Era apenas para dar a receita que funcionou. Lourdes Hernandes e Filipe acabaram de sair daqui, comeram com horchata e aprovaram. Duram alguns bons dias na lata, acredito. A receita, pois:

A farinha de mandioca que usei é bem fininha



Dividi a massa em duas partes e em cada uma juntei 2 colheres (sopa) de
coco em uma e amendoim na outra. Você pode escolher uma coisa só.

Descobri hoje que quiabo é um ótimo achatador porque não gruda
Biscoitos de farinha de mandioca com amendoim ou coco  


2 ovos
120 g de açúcar branco (cerca de 2/3 de xícara)*
1 colher (sopa) de manteiga (sempre rasas as colheres do Come-se)

1 colher (chá) de bicarbonato de sódio (rasa)
1 colher de café ou uma pitada de sal 
1 colher (chá) de especiarias trituradas - cravo e/ou erva-doce
170 g de farinha de mandioca gomada, branquinha, bem fina (cerca de 1 xícara) **
4 colheres (sopa) de amendoim triturado ou a mesma quantidade de coco ralado 

Na batedeira, bata bem os ovos com o açúcar - até espumar. Junte a manteiga em ponto de pomada e continue batendo. Junte os outro ingredientes e misture bem com uma colher. Se escolher usar o amendoim,  tempere com o cravo. Se usar o coco, use a erva-doce. Ou rebele-se e faça do seu jeito.  Deixe hidratar um pouco (cerca de 10 minutos), retire pequenas porções usando duas colheres (chá) e vá colocando sobre uma assadeira untada e enfarinhada (com farinha de mandioca fina). Se quiser, pode deixar os montinhos que eles se acomodam e viram biscoitos de formatos mais disformes. Mas, para deixar no formato de bolachinhas, basta umedecer as mãos com água, modelar as porções em bolas e achatar. Usei ainda um quiabo cortado para achatar ainda mais. Deixe espaço entre os biscoitos. Asse em forno médio por cerca de meia hora. 
Leve ao forno médio pré-aquecido e deixe assar até que os biscoitos fiquem dourados e sequinhos (cerca de meia hora). 
* se usar açúcar orgânico cristal, como eu, passe-a antes pelo liquidificador, para ficar bem fininha.
** se não encontrar esta farinha fina, experimente usar a que tem, mas antes passe-as pelo liquidificador e peneire.

Rende: 42 biscoitos


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Caça aos cogumelos espanhois


Rui e Mariângela compraram e prepararam em casa (cerâmica do
ceramista)

Nossos amigos gaúchos germano-hispânicos, Mariângela, Rui e Laurinha, vivem agora em Barcelona. Na verdade, em Terrassa, ali pertinho e muito melhor quando se quer compartilhar das atividades comunitárias entre moradores e não com turistas. E agora eles ficam me fazendo inveja com o que vêem e com que comem. Mas eu sei que eles só querem meu bem e me contam porque sabem que eu gostaria era de estar lá também, pelo menos para um evento como este. Já que não estou lá, ao menos as fotos viajam pra cá.  E é claro que a gente fica tendo mil ideias para os produtos que temos aqui.  Sei que temos festa do morango, disso e daquilo, com música alta, rainhas e princesas. Mas sei também que podemos fazer muito melhor e pelo jeito esta feira durante a temporada de caça ao cogumelos poderiam ser uma grande fonte inspiradora. Oficinas, aulas para ensinar a identificar cogumelos comestíveis, restaurantes servindo pratos feitos com eles, barracas na rua, cogumelos como modelos vivos para crianças desenharem, e muitos cogumelos frescos à venda. Pelo prato que Mariângela me mandou, percebe-se que fez boas escolhas e que já está comendo do jeito local.  O email dela com as fotos, para você também se situar: 




Fotos: Rui Gassen e Mariângela Juarez Adib

Neide, 
Uma foto mostra a fachada do Mercat Sant Pere,um dos daqui.
As outras são um mix geral,os cogumelos (mas tinha muito mais), produtos locais usando os bolets na fabricação de massas caseiras e fideuá, um pintor na rua, parte da aula de bolets com o especialista, tapas, alguns restaurantes locais com degustação (5 euros e 3 degustações a escolha), festa, etc etc
Fora isto tinha a parte infantil com estandes para pintura de bolets, observação no microscópio, caça-bolets, oficina de cestaria para crianças (como se faz uma cesta para colhe-los e  deixar esporos na floresta), entre outras coisas muito legais. No prato de cerâmica uma mostra dos que eu trouxe.
Queria trazer todos rsrsrs
Enfim, foi um dia muito rico.
O Rui ficou empolgado com a aula e quer colher bolets, sinto muito mas não vou comer nenhum,a menos que leve o especialista junto hahahaha que tem venenosos (alguns mortais) tudojuntomisturado!!!! Eu eihn!!!!!
Taí o programa.
É bem extenso,com cursos de culinária, micologia, passeios na montanha,etc etc bem legal.
Depois te mando outras fotos.
Quanto a colheita do Rui,eu eihn,tá louca?Tem muitos venenosos, tem que conhecer realmente rsrs
Este evento acontece agora e me parece que em abril novamente pois depende das chuvas para que eles nasçam. 
Não imaginava que isto fosse tão forte aqui..
beijos,

(comprei este trompeta da morte,dizem que é delicioso)!!!


Veja o vídeo aqui