quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Porque não votei no Mocotó e ainda assim você não pode deixar de ir comer lá


Os pratos concorrentes: baião de dois e escondidinho de legumes
Como já disse aqui algumas vezes - e o leitor que já sabe, me perdoe-, fui jurada no Prêmio Paladar deste ano. Durante este tempo tive vida dupla - não podia contar pra ninguém, além de familares e amigos íntimos e mantive um blog paralelo. É de lá que resgato este texto escrito assim que cheguei em casa após a comilança no Mocotó, que concorria ao Prêmio com dois pratos: Escondidinho de queijo de cabra com legumes e Baião-de-dois.


Até a espera, olhando o movimento, é agradável
O sábado quente e ensolarado estava bom para uma cerveja bem gelada e o tempo sobrando permitiu a "viagem" até Vila Medeiros sem pressa. Metrô até Tucuruvi e depois ônibus Parque Novo Mundo na saída do metrô, à esquerda. O motorista do microônibus com ar condicionado a R$ 2,30 parecia estar bem treinado para levar visitantes de longe ao bar famoso. Mocotó? Pode deixar, que eu deixo vocês na porta. E assim foi. Descemos na esquina da rua Gustavo com Nossa Senhora do Loreto e dali já víamos a muvuca na frente do bar. Muito fácil chegar lá.


O frescão: muito melhor que se arriscar por caminhos desconhecidos
Esperamos menos de meia hora pra conseguirmos uma mesa para dois - Ananda, minha filha, e eu. Antes, tomei uma cerveja, comi torresminho crocante e bolinhos de abóbora com carne seca - deliciosos, lançamento que ainda não estava no cardápio.
Pedimos o prato que está concorrendo à categoria Trivial, o baião de dois; e o escondidinho de queijo de cabra com legumes, categoria Laboratório Paladar. O baião veio com purê de mandioca, feijão de corda e uma farofinha (d´água) suave. Apesar do arroz parboilizado Camil, com que implico – pelo parboilizado, não pelo Camil, estava saboroso e bastante sortido, com carne seca, linguiça, queijo de coalho. Mas, o arroz foi decisivo. Se não fosse parboilizado.... Mas a regra é esta: do que você mais gostou? sem importar nada mais. E estou sendo sincera.

Se o baião estava correto e gostoso, o escondidinho apareceu de outra forma. A cobertura de legume-mandioca escondia outros legumes crus – abobrinhas, cenouras, vagem, mandioquinha (?) e não harmonizaram bem com o queijo de leite de cabra. O purê de cobertura estava macio, com a superfície crocante, mas conservava uma certa amargura da raiz. Antes, trouxeram por engano o escondidinho de carne seca e chegamos a tirar uma colherada que nos pareceu muito mais apetitoso. O de legumes vai bem para ovo-lacto-vegetarianos e crianças, mas o bambambam é mesmo o de carne seca. Acho que não foi uma boa pré-indicação, imagino que até o talentoso chef Rodrigo pense assim, embora minha avaliação seja pura e tão somente subjetiva. Gostei ou não gostei.
Salada farta: para o meu gosto, só diminuiria o vinagre e deixaria coentro à parte
Pedimos ainda uma salada da roça, nutritiva e diversificada, mas com muito vinagre e um coentro dispensável. O pudim de tapioca, na sobremesa, estava sublime, mas infelizmente não está concorrendo a prêmio nenhum. Saí de lá triste por não ter dado nenhum prêmio justamente aos pratos pré-escolhidos. E não teria achado defeito algum se não tivesse ido lá procurar pelo em ovo. Certamente daria prêmios ao pudim de tapioca com cobertura de coco crocante e calda de caramelo, ao torresminho crocante, ao sarapatel, cozido no ponto certo e com sabor delicado de cominho, ao atendimento e pelo fato de ser muito barato pelo bom que é. Recomendo muito.
O sarapatel é muito bom, com cominho e ervas
Este pudim é inesquecível! Link para a receita no fim deste post
Gastamos: R$ 58,96, estávamos em duas e comemos tudo a que tínhamos direito (entradinhas, cerveja, refrigerante, três pratos, sobremesa, café e ainda um licor delicioso de cachaça com baunilha oferecido gentilmente pelo chef Rodrigo).
Mocotó
- Rua Nossa Senhora do Loreto, 1100 - vila Medeiros - Tel. 2951-3056

Licor de cachaça com baunilha

Veja mais sobre o Mocotó, aqui no Come-se

7 comentários:

  1. Oi Neide!
    Já conhecia a fama do Mocotó, mas me animei a ir até lá com um post seu sobre o restaurante. Apesar da distância, foi tranqüilo chegarmos lá de carro (o mapa que está no site do restaurante é bem explicado), e como fomos cedo nem precisamos esperar por uma mesa.
    Eu gostei muito do restaurante, do ambiente e do atendimento, e fiquei morrendo de vontade de voltar com este seu post de hoje... Apesar dos poréns que você mencionou...
    Um abraço,

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  2. Neide, será que dá pra fazer o pudim sem leite condensado? O que vc usaria para substituir?

    Olha, tem horas q dá raiva ver certas coisas, por nao poder comê-las! Eu a-do-ro sarapatel com farinha e pimenta, mas nunca me arrisquei a fazer e também nao acharia todos os ingredientes por aqui rsrsrs A mae de uma amiga que vive viajando Br-Alemanha faz, congela e essa amiga traz pra mim. Viajo 120 Km para ir buscar.

    Fiquei aqui agora com água na boca. uhmmmmm

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  3. Oi, Luciana, fico feliz em saber que tenha gostado.

    Márcia, eu levaria dois litros de leite com 1 xícara de açúcar ao fogo e esperaria reduzir em banho-maria, até chegar ao volume de uma lata de leite condensado. Puro chute! Um dia vou testar porque também não gosto de usar leite condensado. Pôxa, que trabalhão por causa de um sarapatel. Eu gosto, mas não chego a tanto sacrifício por um.

    Um abraço,
    N

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  4. Adorei a matéria! Me deixou com mais vontade de conhecer o Mocotó!
    Ahn, mas ainda vou neste ano se deus quiserrrrr....
    bisous

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  5. Oi Neide,sem querer me intrometer na tua resposta à Márcia mas existe um pudim delicioso sem leite condensado no blog do Michel Khodair,este eu já fiz e fica uma delícia, espero que ele não fique bravo mas dei meus pitacos e diminui bem o açúcar do pudim.A calda fiz normal.E usei a tapioca em bolinhas pois aqui no sul não existe outra.beijo!

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  6. Neide, eu também não gosto deste arroz.

    Estivemos neste sábado em ótimo restaurante em BH,o Paladino.

    Restaurante Paladino - na Pampulha em BH:
    http://www.restaurantepaladino.com.br/

    Pedi uma entrada, casquinha de surubim. Que delicia, e que apresentação. Vem em vasilhame muito rústico de barro, envolta em folha de bananeira, acompanha um tantinho de farinha e de uma espécie de chutney de manga - preço 8,00. Puxa, imaginei, o almoço vai ser fantástico.

    Enquanto esperava, comentei sobre sua experiência no Paladar e nos restaurantes diletos pra os quais não deu o voto.

    Depois de mais de uma hora após a entrada o prato não chegava. E quando finalmente serviram, a carne estava um tanto assada a mais, o feijão frio, o arroz escasso.

    Reclamamos. O próprio gerente veio, e com franqueza, o que muito aprecio explicou o que ocorrera. Uma mesa pediu para adiarem e trocaram, entendendo que era a nossa mesa. O feijão já havia pedido que esquentassem, a porção de arroz a mais que pedi, ele nos ofereceu. Gostei muito do local e de tudo. Na verdade, liberam os pratos com 25 a 30 min, e alguns demorados, está no cardápio, só são feitos por encomenda.

    Saímos de lá pensando, fosse você naquele dia, não ganhariam o voto que bem merecem.

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  7. Neide, menina!

    Que coincidência absurda...almocei lá ontem! No fim do dia...momento relax, abri o seu blog...e eis minha grande surpresa!!!!
    Que incrível...mas os danados são bons mesmo, não?!
    Super beijo...e nos falamos...

    Ale Madeo

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