quinta-feira, 9 de junho de 2011

Mingau de tapioca para meu amigo Filipe Miguez. Ou quinta sem trigo 24.

Na tigelinha que ganhei do Filipe - usada em Belém para o açaí
Ontem, o amigo Filipe Miguez, que foi comigo para a Ilha do Marajó na viagem com o James Oseland, da Saveur, me pediu a receita de mingau de tapioca da Dona Marita que tínhamos comido perto do Mercado de Soure. Filipe foi um ótimo companheiro de viagem, entusiasmado, sempre calmo e de bom humor, imprescindível na ajuda com meu inglês capenga e disposto a experimentar de tudo. Aliás, sempre brincávamos que Jim só fotografafa, eu experimentava e Filipe comia. Mas o mingau, todos devoramos tudo de lamber a cuia. Um equilíbrio perfeito de textura, sal e açúcar.

Na Ilha do Marajó, mas também em Belém e em outras cidades do Norte, o mingau está presente nos mercados, nos carrinhos de rua e nas casas, para confortar, aquecer, enganar a fome, abrir o apetite, comer em vez do pão e, enfim, para nutrir grandes e pequenos. Aquele feito pela Dona Marita e sua funcionária Ângela são os mais disputados do Mercado. Dona Jerônima Brito, da Fazenda São Jerônimo, também faz um bem parecido, só que junta ao leite de coco, na hora de ferver, uma folha de canela. Antes de dar a receita ao Filipe, resolvi testar o que tinha anotado. Como só tinha aqui o coco fresco congelado, usei as medidas da Dona Jerônima,  que orientou a bater meio quilo de coco com meio litro de água fervente. Já Dona Marita disse que usa um coco e água suficiente para fazer um litro de leite fino. Disse que adoça com 3 colheres (sopa) cheias de açúcar, por isto usei 4 colheres (sopa) rasas, o mesmo que 1/4 de xícara. Devia ter começado com menos, como orientou dona Jerônima que usa apenas 1 colher cheia,  pois ficou mais doce que aquele perfeito que comemos. Então, ignore a foto dos ingredientes que mostra 1/4 de xícara e comece o seu com menos açúcar e até mais sal se quiser. Ao mingau, pois:

A farinha usada

Pode usar coco fresco congelado 

500 g de coco e 500 ml de água fazem quase 1 litro

Para comer quentinho olhando cair fria a chuva lá fora

Mingau de tapioca do Marajó. Receita baseada nos ensinamentos de dona Marita Alves Coimbra e Dona Jeronima Brito

500 g de coco fresco ralado ou picado
500 ml de água fervente
1 colher (sopa) de açúcar
1/4 de colher (chá) de sal
1 folha de limão (opcional)
1 pauzinho de canela (opcional)
1 xícara de farinha de tapioca (aquela que se parece com floquinhos de isopor, comum no Pará)
Canela para polvilhar, se quiser

Bata o coco no liquidificador com a água quente até ficar  uma massa lisa. Coe em pano ou peneira fina, espremendo bem. Deve render perto de um litro de leite. Coloque numa panela com o açúcar, o sal e a folha de limão e a canela, se for usar. Junte a farinha de tapioca e leve ao fogo. Cozinhe, mexendo sempre, até os floquinhos de tapioca ficarem translúcidos, o que acontece rapidamente, assim que o leite ferve. Não ferva muito para não correr o risco de o leite de coco talhar. Sirva com canela em pó.

Rende: 6 porções

Nota: se quiser, pode fazer o mingau só com sal. Ou ajuste o açúcar ao seu gosto.

James e Filipe: companheiros de viagem que todo mundo quer

11 comentários:

  1. Neide posso fazer o mingau com aquela farinha de tapioca bem fininha que se faz biju?
    soutua seguidora e adoro teu blog meu nome é Leila é sou de Tubarão SC bjos...

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  2. Olá, Neide! Que legal o seu blog! Eu também tenho um blog de comida, mas não tão elevado como o seu!! = )Tenho uma leitora que está numa dieta sem trigo, seu blog vai cair como uma luva para ela! Depois, se puder, me visite lá: o endereço é www.la-agosto.blogspot.com
    Abraço!!

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  3. Leila, você diz o polvilho doce? Se for, vai ficar diferente, mas pode. Só não esqueça de dissolver no leite de coco frio e só então levar ao fogo, se parar de mexer. A quantidade, claro, será bem menor.
    Um abraço, N

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  4. Oi, querida, obrigado pelo post! Isso é só um aperitivo dessa viagem que foi incrível, graças aos seus conhecimentos e sobretudo à sua sempre adorável companhia.
    Ia fazer o mingau aqui hoje para Kátia, que vem aqui, mas a Mina fez canjica. Então fica pro próximo dia friozinho. Depois te conto!
    Obrigado por tudo e beijos, Filipe

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  5. Huum...que vontade desse mingau!
    Vou tentar fazer...mas provavelmente minha mão não será tão boa...

    Beijos

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  6. Que vontade desse mingau e de ter ido pro Marajo tambem. O Fil eh com certeza uma companhia prefeita em qualquer viagem. E eu fiquei aqui morrendo de inveja dele, danado!
    Beijos

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  7. morri Neide!!A partir de agora nao entro mais nos blogs brazucas,é um sofrimento!Eu AMO mingau de tapioca,por diósss!!!!!!!!!

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  8. Neide essa é aquela farinha de tapioca que a gente usa por aqui para fazer o sorvete, e o pudim?
    Fiquei em duvida
    Bjs

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  9. Ei Neide
    Esse mingau me fez lembrar minha infância. Minha mãe fazia muito esse tipo de "merenda" para os lanches da tarde, sempre em substituição ao pão.E com a tapioca ela fazia cuscus também, tudo muito delicioso.Tudo proveniente da mandioca , do milho,bananas, batatas, coco, leite virara comida para alimentar a prole.Todos produtos abundante na nossa terra.
    Bjs

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  10. Ai, adoro mingau...
    Acredito piamente nas propriedades terapêuticas deste prato. Agora, de tapioca, preciso disto! Será que acha-se a farinha aqui em SP? Abs

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  11. Neide, tudo bom?

    Estava pesquisando sobre a farinha de Tapioca e deparei com o seu blog.
    Adorei a receita do mingau. Só que vivo em São Paulo. Poderia me fornecer o telefone ou o site de um local onde posso comprar essa farinha? Eles precisariam despachar para mim. Obrigada.

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