Começar um levain do zero é mais fácil do que a maioria das pessoas supõe. Não tem muito mistério. As leveduras estão por aí, no ar e na sua farinha. Outro dia, na oficina que dou de pão com fermentação natural, fiz uma mistura de água e farinha usando marcas diferentes, para mostrar como 60% de hidratação pode produzir massas de consistências diferentes dependendo do tanto que ela tem de glúten, de farelo, de amido. Então misturei 100 g de farinha e 60 g de água. A Paullínia, farinha orgânica produzida no Paraná, por exemplo, é menos branca, parece ter mais farelo e mais glúten, fica muito mais resistente. Então, normalmente quando faço pão com ela - e sempre faço - uso mais água. Já a farinha orgânica Mirella, mais refinada, produz massa macia, modelável com esta proporção. Assim como a Corina, marca que comprei em Piracaia. Quando a oficina terminou, cobri as tigelinhas com plástico e deixei em cima da pia para mostrar na oficina que daria no dia seguinte. Quando fui mostrar, as massas já estavam começando a fermentar. Então, o que fiz foi reformar - joguei metade fora, adicionei mais água e farinha - cada qual com sua farinha -, cobri e esperei até o próximo dia. Todas fermentaram bem (na foto, a Paullínia está menor porque reformei sem medidas). E reformei mais uma vez para somar 4 dias - só pra ter certeza que não estava ali nenhuma bactéria fermentativa e não as leveduras. Mas o perfume estava muito bom e característico. Sendo assim, como não tem mais espaço na geladeira para tanto levain e o meu vai bem, obrigada, fiz um blend dos três, usei uma parte para fazer pão de abóbora e ficou muito bom.
À outra parte juntei bastante farinha para fazer uma bola bem dura. Mas poderia ter guardado esta isca na geladeira pra reformar e fazer outro pão depois.
Levain para viagem: A bola bem dura que fiz com o levain, ralei no ralador grosso e levei ao sol para secar. Depois de bem seco, guardei em vidro. Este levain pode ser levado em viagens (é sempre bom carregar um pouco de levain na bagagem pois nunca se sabe se vai precisar fazer pão, ensinar alguém, dar uma oficina..) sem o risco de melecar sua bolsa (sim, já aconteceu). Na hora de usar, é só reformar com água e farinha um dia antes - tipo 1 colher (sopa) para 80 ml de água e 120 g de farinha, aproximadamente. Só use quando o levain estiver bem borbulhante.
Neide, confesso que não entendi como se faz para secar o levain.
ResponderExcluirEssa é uma dúvida que tenho. Há tempos faço pão e fiz meu levain há mais de um ano. Ele vai bem também, como o seu. Mas gostaria mesmo de saber como secar.
Obrigada!
ABraço, Clau
Oi, Neide, acho que sua cozinha já é povoada de leveduras, daí sua facilidade.
ResponderExcluirNo meu caso, foi uma dificuldade para obter meu primeiro fermento. Tentei seu método da bolinha e nada. Fui só conseguir com o método do Luiz Américo depois de muito tempo que tentei a primeira vez. Na ocasião, fiz tudo conforme o figurino e deu certo (suco de abacaxi, balança, etc.). Depois de um tempo, meu fermento morreu no forno, por descuido, imediatamente comecei outro pelo seu método da bolinha. No segundo dia, deu pra perceber que tinha dado certo. Concluí que a levedura já tava no ar, assim foi mais fácil.
Um beijo,
Dione
Ai que alegria meu primeiro Levain do zero e ficou maravilhoso uma delicia!!!! Olha que tinha tudo contra para nao dar certo e tirei agora do forno meu primeiro pao e a familia acabou com ele quente mesmo!!!
ResponderExcluirVOu postar no Instagram a foto :) Nao desistam acho que pensamento positivo tambem atrai leveduras do Bem!!!
Amanha ja vou ousar e tentar variacoes!
gratidao
levaiNeide