sexta-feira, 27 de junho de 2014

Bichos da Amazônia Marajoara

Esta arara, ou melhor, este araro é domesticado e já deve ter sido mostrado aqui pois é velho conhecido. Ele não vai com a minha cara, mas estranhamente dança quando eu lhe canto musiquinha "atirei no gato". Na fazenda São Jerônimo, onde fiquei  hospedada, há muitos bichos e alguns deles foram deixados pelo Ibama, caso do araro,  porque se há um lugar em Soure que preserva bichos e floresta é esta fazenda, de propriedade dos meus amigos Dona Jerônima e Seu Brito. Já fui pra lá seis vezes e sempre estou a descobrir novidades. A fazenda, além de produzir coco - tem ali em sistema de agrofloresta 10 mil coqueiros-, tem finalidades turísticas. Todos os dias chegam grupos, geralmente de estrangeiros porque brasileiro gosta mesmo é de viajar pra fora, para conhecer a trilha de 300 metros que passa por dentro de um manguezal. Antes, anda-se uns dois quilômetros no lombo de búfalos mansos. Chega-se numa praia particular lindíssima e depois volta de barquinho a remo em total silêncio pelo igarapé que na vazante vira uma trilha para se andar a pé.  Não dá pra descrever o prazer que é fazer este percurso.

O Marajó é comandado pelas águas (já falei sobre isto também aqui quando mostrei como é despescar o curral)  Então, tem gente que liga querendo passeio mas quer ditar o horário. - Ah, tem que ser mais cedo porque eu tenho compromisso depois. Nada disso, o horário quem diz é a água. É a ditadura da água e não tem conversa.  Ali todo mundo sabe o horário da água cheia que varia de acordo com a lua e com a estação do ano. Eu acho complicadíssimo tudo isto, por isto apenas respeito. Se o passeio está marcado para as 11 é porque é possível seguir por trilha seca com búfalo e voltar de canoa pelo caminho que estava seco e virou rio na hora da volta. E os bichos vão aparecendo aqui e ali, no caminho, na floresta, na estrada, no redor de casa. Bicho que é larva, que trabalha, dá o que comer, acaba com a roça, que voa, que rouba comida, que derruba as pupunhas, que cavouca as mandiocas, arranca banana, late, mia, fura goiaba, come os menores, morde a gente, corre atrás, chupa sangue, envenena. E até fala, como é o caso da arara.

Então, antes de eu falar de comida, só para você se situar (e recomendo também o texto da água linkado aí em cima), veja os bichos fotografados em Soure e em Cachoeira do Arari.

Garças

Gavião

Gavião pedrez




Anu preto



Gavião 


Gavião

Maguari - Ciconia maguari (nossa cegonha)

Marrecos 


Bicho do tucumã

Inseto colorido




Ele se escondeu ou foi embora. Mas isto aí já foi casa de turu

Cotia veio roubar frutas

Caba se acaba na goiaba 

Não sei 

Curucaca 



6 comentários:

  1. Olá, Neide
    Esse "não sei" parece a nossa cegonha europeia. Nunca ouvi que houvesse cegonhas (Ciconia) nas Américas.
    Mas parece mesmo!
    Um abraço
    Manuela Soares

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  2. Lili, eu também!

    Manuela, está aí a dica. Pronto, descobri nossa cegonha das Américas: Maguari - Ciconia maguari. Já arrumei a legenda. Super obrigada.
    Bj,n

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  3. Bom dia Neide, eu sei que esta um pouco atrasado esse meu comentário, mas, mesmo assim, esse "não sei" é o Quero-quero (Vanellus chilensis), ave símbolo do Rio Grande do Sul. Abraços, Thiago. http://www.wikiaves.com.br/quero-quero

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