SLOW FOOD
Por uma cozinha que nasce no camp
Receita: Passatina di Ceci com Gamberi
Brasil mostra fruta, mandioca e ostra de tomat
Depoimento de Neide Rigo: Dos taxistas ao TreGaline, só se falava naquilo
Aproveitei a viagem para dar uma espichada até Barcelona, onde me encontrei com Marcos e onde estão morando Veronika e Ricardo. E ainda até Terrassa, perto dali, onde vivem agora os amigos gaúchos Rui e Mariângela. E Barcelona não é cidade para uma semana, mas a gente não tem tudo o que quer.
Ao menos vimos um pouco de Gaudi, comemos panellets caseiros e comprados para a festa da Castañada na noite de Todos os Santos, acompanhados de moscatel. Descobrimos que há paellas meia boca para turistas desavisados e ótimos pratos do dia em locais escondidos, vimos varandas com os três pezinhos de canabis permitidos a todos cidadãos, passeamos de mãos dadas pela Rambla, passamos por baixo do arco do triunfo, passamos sobrassada no pão que às vezes era esfregado com tomates que são tantos e tão bons. E comemos bichinhos do mar de todo tipo e cogumelos, nem se fala. Fui à montanha com o Rui coletar bolets comestíveis e picantes. Comprei minha bebida preferida - vermute, para imitar o catalão. Fomos ao piquenique de aniversário dos meninos e isto por lá é comum. E me perdi no bairro gótico, passei horas nos mercados da Boqueria e Santa Catarina, me fartei de jamon, me emocionei com os castellers, vi que os plátanos são podados no outono antes que as folhas caiam no inverno e que a cidade tem muitas magnólias que dão frutos, e que os periquitos americanos fugiram da gaiola e se multiplicam agora soltos à base de tâmaras, madronhos e sementes vermelhas dos frutos de magnólia. E que outras tantas frutas são vendidas em quitandas dominadas por paquistaneses que não descansam após o almoço nem nos feriados. E aprendi que se você começa qualquer conversa com Sisplau, pode continuá-la em portunhol, que todo catalão vai se esforçar para te entender. Mas vou contando tudo aos poucos, depois de arrumar a mala e separar torinos de torrones.
Veja só o que me espera na arrumação:
Araruta e farinha de copioba, da Bahia. Urucum dos índios tupiniquins |
Arrozes italianos - presentes da Mary |
Castanhas, pinoles, farinha de castanha, de amêndoas e de trigo de moinho de pedra - presentes da Mary |
Feijões italianos e espanhois |
Pimenton de la Vera e flor de sal |
Batatas doces de Barcelona, cogumelos e outras sementes |
Coincidência: Nespras (Mespilus germanica) catalãs e piemontesas - Marcos trouxe duas das montanhas da Catalunha e eu trouxe duas de Turim para mostrarmos uns aos outros |
Pimenton de La Vera a granel e latinhas. Devidamente abastecida. |
Sementes |
Sobrassada em tripa de cavalo - do Mercado de Terrassa |
Vermute, que ninguém é de ferro |
Umas suculentas |
Umas sementes |
Minha mala já estava muito comprometida. Só pra ver como é vendida legalmente junto às sementes de flores |
Que delícia, a Neide voltou!
ResponderExcluirE que bagagem inacreditável!!! Voltou alguma roupa que foi, por acaso?
Saudades dos seus posts, querida.
Conte tudo, nos mínimos detalhes, e de preferência exagerando.
Um beijo grande,
Juliana.
Salve ,Salve Neide,só mesmo voce para contar o que viu no velho (ou novo ? )mundo,olhar atento,não de turista e sim de cientista,antropôloga,maga.Quando em busca de resgate de plantas ,eu perguntava a amigos que havia viajado para lugares distantes o que tinham visto,provado,eles relatavam as mesmas coisas de folder ou de guia turistico de linguagem ensaiada,que decepção....Não era isso que queria saber,ouvir ,ver.Voce não Neide, fala de coisas que a gente gosta,é como se a gente estivese presente,e aqui no interior de Goiás passamos a valorizar nossos recursos e saberes e partir para o resgate e conservação.Mestra espero conseguir seu endereço para enviar-lhe algumas publicações .Parabéns.
ResponderExcluirJuliana,
ResponderExcluirmandei as poucas roupas pelo Marcos, que retornou antes. E fiquei praticamente com a roupa do corpo rss. Pode deixar, que vou contar tudo. As sementes da moringa germinaram. bjs,n
Matoso,
cada um tem olhar especializado para determinadas coisas. Este é o meu. Que bom que gosta. Um abraço, N
Neide, minha linda, como vc consegue trazer tanta coisa de comer? Não é proibido trazer sementes, grãos estas coisas? Nunca consigo trazer nada disso do exterior, já perdi cargas inteiras!
ResponderExcluirOlá Neide,
ResponderExcluirAs suas bagagens na volta das viagens são um caso a parte, né? Adoro!
Não pude deixar de notar a latinha de navajas. Também tenho uma, além de outra de berberechos, trazidos de viagem e não tenho a menor idéia de como preparar esses bichinhos. Você me dá uma idéia?
Samira
Darlana,
ResponderExcluireu não trago nada na mão. Tudo na mala. Se disserem que não pode, eu deixo lá.
Samira, as de lata estão prontas para comer. Para umas tapas, por exemplo. Para comer com pão, juntar a uma salada. Se fresca, pode chapear no azeite com sal, que ficam ótimas também.
Um abraço, N
Neide, obrigada pela atenção. Sigo lendo todos os seus posts no Reader do Google e até me atrevi a começar a fazer pão integral, inspirada nos seus lindos pães. Minha meta agora é começar a fazer meu próprio levain, depois de ter pesquisado muito sobre o assunto. Você é uma inspiração para todos que querem uma alimentação mais saudável.
ResponderExcluirSamira
Neide: Que bom que retornou e vamos começar a acompanhar suas sagas.
ResponderExcluirE que bom que sua mala já estava cheia. Já pensou perder tudo só pelo pacotinho "daquelas" sementinhas ?
Beijos, Ana.
belissimo blog
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ResponderExcluirNeide, como vc embalou as suculentas nessa viagem internacional? Grata, Gabriela.
ResponderExcluirGabi, nem me lembro, mas acho que coloquei em garrafinha pet.
ResponderExcluirUm abraço,n