Todo ano, lá para o meio do mês de maio, a situação fica insustentável e damos um basta. Os galhos atravessam o quintal pelo ar, escalando telhados, janelas e varais. Carurus do reino, chuchus, videiras, orelhas de padre, carás-moelas. É finalmente hora do desprendimento. Precisamos abrir uma clareira para que o sol fraco desses meses frios nos dê alguma cor ou morremos estiolados sob a sombra fria. E foi assim que colhemos uma bacia de carás-moelas, alguns muito pequenos ainda, com grande potencial de crescimento. Carás de todo tipo, do branco, do roxo, do combinado, de quinas retas ou onduladas, com jeito de moelas ou de fígados de pedra. Cozinhei alguns, dos pequenos, na cesta de vapor, enquanto preparava arroz integral na panela elétrica. Tirei a pele fina, puxando com uma faca, para manter a forma. Ela vai se desgrudando facilmente, como se tivesse sido presa com alfinetes de cabeça que se soltam deixando impressa a marca dos furinhos. Não sabia a cor da polpa, que se revelou roxa apenas quando os parti. O sabor não muda, sempre agradável, com leve amargor, com textura de castanhas assadas. Refoguei com pimenta, cominho e ervas que colhi no quintal, mas você pode inventar seus temperos.
Cará-moela roxo apimentado
4 carás roxos pequenos inteiros 1 colher (sopa) de azeite 1/4 de colher (chá) de grãos de cominho 1 pimenta dedo-de-moça picada, sem sementes, picada em quadradinhos Meia colher (chá) de cúrcuma em pó (açafrão-da-terra) 1/4 de colher (chá) de sal 4 florzinhas de jambu 2 folhas de manjericão anis fatiadas 1 folha de alfavacão fatiada
Cozinhe os carás inteiros, no vapor, por cerca de meia hora ou até que fiquem macios (se preferir, cozinhe em água com um pouco de sal). Espere amornar e tire a pele, puxando com uma faquinha. Numa frigideira, aqueça o azeite com o cominho. Quando ele começar a pipocar, junte os outros ingredientes e mexa. Acrescente os carás inteiros e chacoalhe a frigideira para que os temperos fiquem aderidos aos carás. Corte os carás ao meio e sirva com arroz, feijão, omelete, abóbora... E nhac!
Puxa, eu acho tão bonito cará-moela, não que eu não viva sem o seu sabor, mas gosto do viço das suas folhas, da sua vontade de se agarrar a qualquer suporte e de ver aquele pequeno pontinho se transformar numa batata enorme. Gosto, especialmente, da sua teimosia de seguir para onde quer e não para onde o conduzimos. Acho que a natureza nos ensina muito acerca de sobrevivência. Queria que você tivesse postado uma foto da sua pequena selva. Abç. Izabel
nossa Neide,agora lembrei que fizemos uma colheita espetacular de cará-moela na antiga casa de POA antes de ir embora,e distribuimos para deus e o mundo, aliás,hoje faz exatamente um ano que partimos.Beijos!!!
Izabel, eu também fico admirada com a abundância com que produz. Quanto à minha selva, esqueci de fotografar antes, mas algo parecido você pode ver no quintal em outros momentos: http://come-se.blogspot.com.br/2010/06/quintal-produtivo.html
Mari, eu bem sei que o tamanho da minha saudade já tem mais de um ano. E quanto ao vossos carás-moelas, parentes dos nossos, fique feliz de saber que andam bem pelos arredores de Porto Alegre, assim como o jambu. Pelo menos é o que se percebe por este trecho de email que a Claudia Schossler me mandou: "O nosso Agrião do Pará, os Caras moelas, estão lindos, estou distribuindo mudas de agrião do pará (jambu) e é claro o pessoal pede receitas ..."
Achei cará moela em um sacolão perto de casa. Cozinhei no vapor e fizemos uma salada com mostarda...da mesma receita da salada de mostarda com abóbora. Ficou ótima =)
Conheci o seu blog pesquisando sobre o cara do ar, e desde então virei fã dele! Parabéns pelo seu trabalho, pelos ensinamentos que nos passa gratuitamente. Graças à você conheci o livro PANCS...ao qual já realizei a sua compra e estou ansiosa para recebe-lo. Tenho um sitio familiar em Triunfo / RS, onde estamos reflorestando com árvores frutíferas nativas, onde algumas dessas arvores eu acabei conhecendo através de seu blog...obrigada mais uma vez. Estamos cultivando várias espécies de sementes crioulas, e sempre em busca de algo novo. Já tenho o cará do ar amarelo, porem o roxo eu fiquei conhecendo aqui... queria ver com você como poderia adquiri-lo? Se você conhece alguém que tenha ou algum lugar que venda o mesmo...
Oi, Luana! Que bom saber do seu sítio. Infelizmente neste ano colhi poucos carás moelas e acho que nenhum do roxo. Também não sei quem venda. Já procurou no Sambalina, também aí no RS? Um abraço,n
Já estive em Junho deste ano no sitio da amiga Veronica Bruch (Sambalina), ela também assim como eu está à procura. Mas se você conseguir uma batatinha do cará do ar roxo e tiver interesse em trocar por sementes comigo me avisa, trocamos por carta. Estou ansiosa...final deste mês começa a época de plantio no sítio "Santa Catarina".
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Puxa, eu acho tão bonito cará-moela, não que eu não viva sem o seu sabor, mas gosto do viço das suas folhas, da sua vontade de se agarrar a qualquer suporte e de ver aquele pequeno pontinho se transformar numa batata enorme. Gosto, especialmente, da sua teimosia de seguir para onde quer e não para onde o conduzimos. Acho que a natureza nos ensina muito acerca de sobrevivência. Queria que você tivesse postado uma foto da sua pequena selva. Abç.
ResponderExcluirIzabel
nossa Neide,agora lembrei que fizemos uma colheita espetacular de cará-moela na antiga casa de POA antes de ir embora,e distribuimos para deus e o mundo, aliás,hoje faz exatamente um ano que partimos.Beijos!!!
ResponderExcluirIzabel,
ResponderExcluireu também fico admirada com a abundância com que produz. Quanto à minha selva, esqueci de fotografar antes, mas algo parecido você pode ver no quintal em outros momentos: http://come-se.blogspot.com.br/2010/06/quintal-produtivo.html
Mari, eu bem sei que o tamanho da minha saudade já tem mais de um ano. E quanto ao vossos carás-moelas, parentes dos nossos, fique feliz de saber que andam bem pelos arredores de Porto Alegre, assim como o jambu. Pelo menos é o que se percebe por este trecho de email que a Claudia Schossler me mandou: "O nosso Agrião do Pará, os Caras moelas, estão lindos, estou distribuindo mudas de agrião do pará (jambu) e é claro o pessoal pede receitas ..."
Um abraço,
N
Achei cará moela em um sacolão perto de casa. Cozinhei no vapor e fizemos uma salada com mostarda...da mesma receita da salada de mostarda com abóbora. Ficou ótima =)
ResponderExcluirDri, e onde fica este sacolão - só para os leitores ficarem sabendo, afinal é tão difícil encontrar por aí, não? Um abraço, N
ResponderExcluirOi, Neide.
ResponderExcluirO sacolão fica na Av. Ricardo Jafet próximo ao McDonald's no bairro da Saúde.
Abs!
Olá Neide!
ResponderExcluirConheci o seu blog pesquisando sobre o cara do ar, e desde então virei fã dele! Parabéns pelo seu trabalho, pelos ensinamentos que nos passa gratuitamente. Graças à você conheci o livro PANCS...ao qual já realizei a sua compra e estou ansiosa para recebe-lo. Tenho um sitio familiar em Triunfo / RS, onde estamos reflorestando com árvores frutíferas nativas, onde algumas dessas arvores eu acabei conhecendo através de seu blog...obrigada mais uma vez. Estamos cultivando várias espécies de sementes crioulas, e sempre em busca de algo novo. Já tenho o cará do ar amarelo, porem o roxo eu fiquei conhecendo aqui... queria ver com você como poderia adquiri-lo? Se você conhece alguém que tenha ou algum lugar que venda o mesmo...
Oi, Luana!
ResponderExcluirQue bom saber do seu sítio.
Infelizmente neste ano colhi poucos carás moelas e acho que nenhum do roxo. Também não sei quem venda. Já procurou no Sambalina, também aí no RS?
Um abraço,n
Oi, Neide!
ResponderExcluirJá estive em Junho deste ano no sitio da amiga Veronica Bruch (Sambalina), ela também assim como eu está à procura. Mas se você conseguir uma batatinha do cará do ar roxo e tiver interesse em trocar por sementes comigo me avisa, trocamos por carta.
Estou ansiosa...final deste mês começa a época de plantio no sítio "Santa Catarina".
Parabéns pelo riquíssimo trabalho!
Um beijão...
Bom dia, alguém tem muda deste cara moela roxo?
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