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Koumpentoum |
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Mbour |
Na viagem de fevereiro conheci o mercado de
peixes em Dakar e fiquei impressionada com o colorido e o frescor dos peixes. Desta vez visitei um mercado de rua pequeno no vilarejo de Kompentoum, mais para o interior, e, em Mbour, no litoral ao sul de Dakar, um grande mercado aberto, que começa na rua, adentra por galerias fechadas e chega ao mar, onde tem o mercado de peixes. Ali, sim, pode ser encontrado de tudo: hortaliças coloridas arrumadas caprichosamente, frutas cheirosas como laranjas e melancias, cebolinhas frescas, montanha de sal cujas porções são retiradas com pá, especiarias para salgados e doces, feijões de corda de várias cores, polpas brancas de baobás e bissaps secos (hibiscos) para os sucos, kenkeliba para o chá, incensos, roupas, óculos, cangas, roupas usadas, tudo. E, no porto, os peixes que chegam ainda vivos, se sujando na areia. Ao lado dos barcos, milhares de conchas - a carne branca e firme é vendida já cortada em cubos, para cozidos. Dá vontade de perguntar sobre tudo, mas todo mundo quer vender para turista e ali, nem que quiséssemos, poderíamos disfarçar nossa condição. É uma pressão violenta para que gastemos nosso dinheiro. Se apenas perguntamos o preço e não levamos, querem saber porque não. Se o preço é alto, querem saber quanto você acha justo. Não tem esta de perguntar por perguntar ou só estou dando uma olhadinha, como fazemos aqui. Por isto, não comprei muita coisa. Mas que tive vontade, tive.
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Mbour |
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Mbour |
Em kompentoum circula menos dinheiro e, embora toda a comida seja preparada em grande quantidade como
mostrei aqui, fiquei impressionada com os pacotinhos de certos ingredientes como feijão e macarrão cabelo de anjo, como você pode ver nas fotos do álbum abaixo. São pacotes tão pequenos que cabem na palma da mão fechada. As aletrias talvez sejam para a papinha de bebês, não descobri. Os feijões, quem sabe, para decorar o arroz. Na mesma feira podemos encontrar pacotes pequenos com os temperos locais ou não, como massa de tomate em saquinhos, netetou, djar, lalo, pimenta malagueta seca e até vinagre ou caldo maggi em pó. Há também pequenos moinhos que trituram a farinha de milhete, de sorgo e de milho e fazem a manteiga de amendoim que me fez falta no café da manhã.
Apesar da diferença de tamanho, tanto o mercado de Mdour como o de Koumpentoum, me fizeram lembrar das feiras de rua da Bahia, como a de São Joaquim, por exemplo. Até o embrulhinho do amendoim é igual. Porém, senegaleses gostam de ser muito mais coloridos. Veja as fotos - juntei os três lugares de que falo.
Neide, cada texto que leio sobre sua viagem ao Senegal fico mais encantada com tudo que você teve oportunidade de ver e viver. Não sinto inveja, mas se fosse possível queria um dia viver alguma coisa assim. Imagino o quanto isso nos faz bem como pessoas. Conviver com as diferenças,imensas, de cultura, religião, necessidades e perceber o quanto as vezes damos valor a coisas bobas e não vemos outras bem mais significativas. Acho que uma viagem como essa sua engrandece a pessoa e aquece o coração, pois eu só de ver as fotos fico apaixonada por aquelas pessoas, imagino então o que você deve ter sentido. Obrigada!
ResponderExcluirHildeny Medeiros
Hildeny, de fato esta troca de experiência engrandece a gente. E se conto aqui não é pra provocar inveja, mas para dividir mesmo com os leitores que raramente vão ter a oportunidade de visitar estes lugares, afinal não são exatamente lugares turísticos. Tomara que um dia você possa ir, fica a dica.
ResponderExcluirObrigada, um beijo, N