Se não tivesse passado em frente ao letreiro na porta de uma casa rosa, talvez não fosse atrás dos famosos pasteis do Manezinho, de Paraibuna. Não por desprezo, nem nada, mas porque tinha muita coisa pra ver e fazer em pouco tempo. Só que aconteceu de passarmos em frente à placa onde se lia "o legítimo pastel do Manezinho", que me chamou a atenção. Então, depois do Mercado, fomos lá conferir. O lugar é modesto, com apenas duas mesinhas de ferro nada convidativas e estava vazio quando chegamos. Fizemos algum barulho e logo apareceu uma das irmãs Stábile. Os pasteis foram fritos na hora e, ainda que a fritura mostrasse sinais de um óleo muito reutilizado, estavam deliciosos. Até repetimos. Uma pena que o café que pedimos para acompanhar não estava à altura dos pasteis. Fosse um café fresquinho, passado na hora, bem quente, talvez com alguns pedacinhos de rapadura à parte para quem quisesse adoçar e até, meio que sonhando, servido em xicrinhas de ágata, aí sim formariam um par imbatível. Fica a sugestão para as queridas Stábile.
Mas fomos conquistados pela simpatia da irmã vendedora que nos disse que tudo acontecia mesmo era por trás daquele simples balcão. Licença e fomos entrando. A sala da casa se transforma nos fins de semana numa linha de montagem de pasteis com todas as irmãs na labuta. No sábado são mais de 600 pasteis vendidos. E no domingo, mais ainda, depois da saída da missa, que é tradição. Todo mundo trabalha de avental, touca, tudo na maior higiene. No fundo da casa ainda há uma varandona com mais lugares, onde comemos a segunda rodada de pasteis. Até o cunhado entra na dança abrindo no rolo manual a massa amarelinha feita com farinha de milho e polvilho. Acho que também leva um pouco de banha.
A tradição vem de longe. Foi o avô italiano, Nicolau Stábile, que tinha banca no Mercado Municipal e vendia quitandas com a mulher, quem começou o negócio. Mas foi um dos filhos, o Manezinho, quem continuou e trouxe a fama aos pasteis. Tanto que é conhecido hoje como Pastel do Manezinho. E, se quiser completar, "aquele que vira sozinho". E nisto, claro, não há mágica. Se a massa está fininha, assim que frita de um lado ela perde umidade, fica mais leve e o outro lado, mais pesado, tende a ir pra baixo, como um joão-bobo, como acontece com o bolinho de chuva. Depois que Manezinho morreu, suas filhas Terezinha, Maria de Lourdes, Bernardete e Maria Aparecida assumiram o empreendimento. Contaram que há pouco tempo a parte da frente foi modernizada e que antes tudo ali era original, de madeira (as duas irmãs, as Rigo, se entreolharam com olhar de que pena!).
A entrada é acanhada, mas lá atrás tem mais
Pastel do Manezinho
Rua Padre Antônio Pires do Prado, nº 3 - Antiga Rua da Bica
Paraibuna
Tel. 12 - 3974-0370 ou 3974-0166 Já dei uma outra receita de pastel de farinha de milho com carne, de Vargem Grande Paulista, aqui.
ai Neide,daria tudo por um pastel do Manezinho,eu sou louca por pastel,e aqui no sul o povo não tem o hábito,uma pena!!Beijo!
ResponderExcluirPastel do manezinho.... Tudo de bom. Só não gosta quem nunca comeu e aquele que comeu se apaixonou! Maravilhoso, saboroso e feito com amor . vale a pena conhecer Paraibuna e experimentar essa maravilha! Fica aí o convite.
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ResponderExcluirNeide me desculpe mandei errado era para Lurdinha
ResponderExcluirNo fundo da casa ainda há uma varandona com mais lugares, onde comemos a segunda rodada de pasteis. Até o cunhado entra na dança abrindo no ver en repelis rolo manual a massa amarelinha feita com farinha de milho e polvilho
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