Dona Adrinea e Seu João, de Ibiuna, plantam, colhem e vendem. Toda quarta, tudo fresquinho
Coisas que você não encontra no supermercado. A laranja é a pequena e o limão, o grande
O limão é do tipo siciliano, porém a casca é lisa e o tamanho, como o de uma laranja
As limas-da-pérsia, pequenas como limão. Mais doces e menos amargas que seus pares maiores
Troca de sementes
Ontem foi o lançamento oficial da feira de produtos agroecológicos e da economia solidária, no Tendal da Lapa, com a inauguração do Espaço da Cultura de Consumo Responsável, uma iniciativa da Rede Semeando que agrupa várias entidades ligadas ao comércio justo e consumo responsável. Junto, aconteceu um seminário "Desafios e oportunidades de acesso a sementes crioulas e orgânicas". Fiquei conhecendo várias iniciativas de resgate de sementes crioulas espalhadas pelo Brasil e o grande movimento de resistência aos transgênicos, sementes melhoradas e estéreis. A verdade é que não é um grande movimento, não. É um trabalho de formiguinha, mas que lentamente vai se firmando como uma rede forte. Em congressos de sementes, pesquisadores condenam a produção de sementes para uso próprio, comercialização e troca. E chamam de sementes piratas aquelas não adquiridas de empresas formais. Defendem o uso de sementes certificadas melhoradas, resistentes a pragas, com melhor rendimento etc. Mas quem patrocina estes congressos são empresas de sementes, fertilizantes, herbicidas e defensivos em geral. Se falta dinheiro público para investimento em tecnologia agrícola nas universidades e institutos de pesquisa, sobram iniciativas privadas interessadas com segundas intenções. E no dia em que não houver mais troca e comércio de sementes crioulas, o agricultor ficará dependente das sementes estéreis a cada plantio e ainda pagará royalties para usá-las. Mas, numa semana em que fui tomada pela tristeza de saber que provavelmente grandes extenções de terra em Goiás, do nosso Cerrado, acabarão nas mãos dos chineses para a monocultura de milho e soja, ir a esta pequena feira perto de casa e conhecer gente que resiste bravamente ao atual modelo agrícola perverso e luta para manter casas/santuários/bancos de sementes crioulas, foi um alento grande. A feira começou pequena, mas tinha verdura fresquinha do casal de Ibiúna, João e Adrinea. E frutas do Hamilton, do Sítio José Bento, de Tabiraí. E também castanhas-do-pará e azeite de castanha, café da manhã, bordados de Campinas e alguns artesanatos. No intervalo do seminário, houve um plantio simbólico de sementes crioulas num canteiro do Tendal e trocas de sementes. Cheguei a trocar sementes de jacatupé - depois posto sobre isso. A continuidade da feira dependerá, é claro, da frequência de compradores. Portanto, se tiver amigos na Lapa e imediações, avise, por favor. Feira de produtos agroecológicos às quartas-feiras: Espaço Cultural Tendal da Lapa, Rua Guaicurus, 1100 - Lapa, São Paulo (ao lado da Subprefeitura da Lapa e prox. estação de trem da Lapa). Na parte da manhã, a partir das 8 horas. Contatos de entidades presentes no seminário, que podem interessar:
Bionatur - Santa Catarina: http://www.bionatur.com.br/
União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (UNAIC), do Rio Grande do Sul, André Ferreira dos Santos: http://unaic.blogspot.com/
Associação Biodinâmica (SP), Bruno Follador: brunofollador@gmail.com
Santuário de Sementes, de Minas Gerais, Rafael Hess: rafaelhess@Rafaelhess.com
Muito bacana este post Neide, adoro visitar feiras, principalmente as feiras desse tipo, com produtos ecológicos e orgânicos.
ResponderExcluirObrigada por avisar.
Bjinhos
OI!
ResponderExcluiramei a iniciativa!
que dia da semana que é a feira?
abs
Figs, avise a quem puder. Obrigada.
ResponderExcluirPaloma, desculpe, já arrumei lá: às quartas-feiras pela manhã.
Um abraço,
N
Neide, divulguei, modestamente no twitter.
ResponderExcluirChamar de semente pirata é muita cara dura! :-/
beijo, saudades!
Querida Fer,
ResponderExcluirnem me fale... Super beijo e obrigada, N
Bacana esta feira!
ResponderExcluirEu frequento un grupo como este aqui na Italia "civilta contadina", mi diverto em cultivar tomates de tipos que ho je em dia nao se encontram mais.
AQUI EM PORTO ALEGRE TEMOS A FEIRA DA JOSÉ BONIFÁCIO!! ESTÁ CADAVEZ MELHOR.
ResponderExcluirBELO BLOG, PARABENS!!
oi neide, tudo bem?
ResponderExcluirque maravilha essa feira, e a energia que pode advir dessa iniciativa, vou divulgar para os amigos, espero que vingue e seja muito util para todos! abraços
Oi Neide moro em Santo Andre, mais estarei lá na quarta feira, sou de Goiás e moro há anos aqui.
ResponderExcluirFico triste de ver o que esta acontecendo no meu estado onde o agronegócio entra as pessoas ficam mais pobres e miseráveis, sem ter o que comer, não sei que benefícios trazem.
Beijos têm que haver uma solução.
Diulza
Mary,
ResponderExcluirimagino que por aí haja muito mais opções como esta. Quando encontro tomates comuns orgânicos já me dou por feliz. Mas um dia ainda chegaremos a este ponto de poder escolher as variedades.
Alexandre e Alana! Eu conheço esta feira. É boa mesmo.
Syl, obrigada por divulgar.
Diulza, a proposta é bem bacana para quem mora nas imediações. Mas talvez se decepcione vindo de tão longe, gastando tanta energia, pois a feira ainda é bem pequena, com poucas opções. De qualquer forma, os feirantes vão adorar sua presença. Um abraço, N