domingo, 7 de março de 2010

Come-se no Parque Lage. Ou É tempo de oiti


Macaquinho chegando à jaca
Foi com esta mesma amiga Kátia com que passei o dia de hoje que eu já tinha visitado o Parque Lage. Uma vez, no aniversário da Mariana, filha dela, quando fizemos um piquenique com várias crianças. E outra, quando ela apresentou a peça João e Maria, que dirigiu e atuou com bruxa que saia das grutas, percorria as florestas e deixava todo mundo tremendo de medo e querendo mais.
Hoje o parque, que deve ser um dos mais lindos do Brasil, estava extremamente agradável, com folhas molhadas nos caminhos de pedra, corredeiras agitadas e um perfume refrescante e herbáceo no ar. Vimos muitos macacos, macacões e macaquinhos, muitos oitis comidos - sim, é tempo de oitis. Ou uti como a Kátia conhecia quando criança.


Domingo parece ser dia de tomar café no Parque Lage. Logo depois de termos chegado, começou a ter até fila de espera. Café com leite coberto de espuma cremosa, bolo fofo, pão quentinho, tudo caprichado.
Antes, porém, de percorrer trilhas, tomamos café da manhã, à beira da piscina do casarão que fica na frente da floresta com o Corcovado ao fundo. A Kátia é uma excelente guia, conhece tudo do parque e foi a primeira vez que consegui explorar o lugar com um pouco mais de tempo. Aqui e ali um piquenique, umas jacas comidas, sementes brotando, jambos pela metade e muitos, muitos oitis raspados de dente até o caroço.


Jaca e fruta-pão. Ambas da família da Moráceas. A última, trouxe pra casa, pois estava inteirinha. Amanhã, cozida e coberta com manteiga, será meu café da manhã.



Jambo comido. Crocante e com sabor de maçã temperada de rosas


Oiti, dentro de uma gruta - havia vários restos de frutos comidos, certamente levados por animais



Na volta, colhemos oitis na Rua dos Oitis, na Gávea. Abaixo, já lavados e desmembrados na casa da Kátia, para degustação. Fruta de brincar, gostinho de infância
O oiti é fruto da Licania tomentosa, uma árvore nativa do Brasil e mais comum no Nordeste. Muito resistente, é usada amplamente em paisagismo urbano e hoje pode ser encontrada em quase todo o país (até na praça Zé Roberto, perto da minha casa, na Lapa). Aqui, em Copacabana, as ruas estão manchadas de amarelo, de tanto oiti no chão. O frutinho de polpa amarela e cremosa, é adocicado, com pouquíssima acidez com caroço grande e fiapento. É encarado mais como uma fruta de brincar, como o ingá, pra divertir o paladar.

E depois do passeio e da degustação de oitis, filé de búfalo do Marajó na chapa, marinado em ervas e cachaça do Norte de Minas, que a Kátia prepara como ninguém. Especialmente para os amigos.

11 comentários:

  1. Oh, Neide!
    Que maravilha esse parque...
    Manuela Soares

    ResponderExcluir
  2. Adorei o Mercado de Peixes, o Parque Lage, que cidade maravilhosa mesmo. E ainda com direito de levar oitis do parque?
    Madoka

    ResponderExcluir
  3. Neide, lidos e lindos, o parque e os peixes. as imagens estao barbaras tambem, alem do texto. beijo

    ResponderExcluir
  4. Neide,

    Gostei muito da descrição do jambo 'Crocante e com sabor de maçã temperada de rosas'...
    Sabe que ainda não percebi, vou observar da próxima vez que os devorar.
    Aqui em Pernambuco temos um fruto que também é chamado de oiti - oiti da mata ou oiti de areia - cresce nas matas e tem uma polpa deliciosa e perfumada, com textura de areia. Considero mais saboroso que o oiti da praia.

    Amara

    ResponderExcluir
  5. Neide,que passeio lindo.E café com fruta pão me faz lembrar o sítio do meu irmão,e estas comidas só existem por lá que aqui no sul o povo não conhece.Que viagem bacana!beijo.

    ResponderExcluir
  6. Ehhhh dilícia, esse lugar é divino!!!
    Sei que parece muito "mundano" depois de falar de um lugar tão lindo e cultural, mas já que você tá aí na Cidade Maravilhosa...se der...só se der mesmo...assim...coma um (uns) bolinhos de camarão no Bracarense e reze à Deus por alguém ter inventado essa delícia!
    Já tentei trazer pra Sampa mas eles não vendem congelado,o que eu achei politicamente corretíssimo, ia acabar com a graça e o sabor.
    Então se esbalde por mim!!rs
    Beijoca!

    ResponderExcluir
  7. Apertei alguma coisa errada, não queria ser anônima!rs
    Giovana

    ResponderExcluir
  8. Neide,
    Vc certamente saberá me dizer se oiti é o mesmo que cajamanga. No sábado comprei em supermercado aqui em Curitiba, e pelas suas fotos estou achando que trata-se da mesma fruta...
    grata,
    marlene

    ResponderExcluir
  9. Manuela, o Rio tem parques lindos. Precisa vir ao Brasil para conhecê-los. Iria gostar.

    Madoka, os oitis colhi na rua dos Oitis, que já fica na Gávea. No Parque os macacos não deixam pra gente.

    Inês, um elogio desses vindo de uma fotógrafa como você só pode ser um afago de amiga. Obrigada de qualquer forma.

    Amara, anotado com curiosidade para conhecer o oiti da mata.

    Mari, acabou que a fruta pão nem estava tão boa quanto eu queria. Mas eu adoro.

    Giovana, obrigada pela boa intenção, mas daquele bolinho só vou ficar com a lembrança desta vez (quem já comeu, sabe do que falamos, né?), pois não vai dar tempo. São tantas coisas a fazer por aqui.. Obrigada!

    Marlene, de fato, no estilo são muito parecidas, mas não são a mesma fruta não.

    Um abraço, N

    ResponderExcluir
  10. Neide parabéns, não sou Carioca, mais é a primeira vez que vejo algem dizer e mostrar estas coisas do Rio, que maravilha, fico feliz pois tirou-me uma falsa idéia de um lugar.... , estou encantada as fotos estão ótimas,realmente faz jús ao nome de cidade maravilhosa, beijos e volte logo.(Diulza)

    ResponderExcluir
  11. Que inveja!! Eu amo fruta pão,e onde moro não tem mais sabendo disso vou ao Parque Lage tentar comprar umas mudas!!

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar. Se você não tem um blog nem um endereço gmail, dá para comentar mesmo assim: É só marcar "comentar como anônimo" logo abaixo da caixa de comentários. Mas, por favor, assine seu nome para eu saber quem você é. Se quiser uma resposta particular, escreva para meu email: neide.rigo@gmail.com. Obrigada, Neide