quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sardinhas em lata. E cavalinhas.

Cavalinhas não têm escamas. Mais fáceis de limpar e carne igualmente saborosa.
Sei, sei, o assunto peixes era para a semana passada, a Santa. Mas come-se aqui quente e frio também. Neste caso, bem curtida, geladinha. E, afinal, ainda estamos na época de rechonchudas sardinhas e cavalinhas.
Além de um bacalhauzinho de nada que comi na sexta-feira por mero acaso, me esmerei nestes peixes populares que estavam lá meio desprezados na peixaria entre outros peixões mais festivos e caros. E, se quisesse, teria que levar inteiros, para limpar em casa, porque não iriam desperdiçar tempo e peixeira para descamar e eviscerar os peixes mais baratos da banca. Tudo bem, não me importo de limpar peixes. Descamo debaixo da água com habilidade para que as escamas não voem na minha testa e, com dois dedos, seguro nas guelras e puxo toda a tripa de uma só vez. É rapidinho. Depois, é só lavar a mão com pasta de dente e ela está nova pra outra.
Há tempos queria fazer uma versão desta receita que é aquela básica de muitas famílias: 1 kg de sardinha, 1 xícara de óleo, 1 xícara de molho de tomate, 1 xícara de vinagre, panela de pressão. Fiz adaptações para usar tomates frescos e orgânicos. Também queria fazer direto numa lata e assim evitaria a combinação de alumínio + ácido. Isto porque não tenho panela de pressão de aço inoxidável e o vinagre e/ou o tomate fazem um molho muito ácido que reage com o alumínio, liberando o metal para o meio. Basta lembrar de velhas panelas de molho de tomate furadas. Usei minha masala dabba, aquele porta-temperos indiano. Coloquei a lata um pouco afastada do fundo da panela para que não entrasse água e cozinhasse no vapor. À receita, pois!
Nem todos os ingredientes foram batidos juntos

Repeti a mesma receita com sardinhas e cavalinhas

As sardinhas: o ácido e o calor fazem as espinhas ficarem macias, como as de lata compradas.

Pura e simples assim. Ou em saladas, tortas, pastinhas
Sardinhas em lata
1 kg de sardinhas inteiras (rendem 600 g de sardinhas limpas, sem cabeça)
380 g de tomates maduros (3 médios)
1/2 xícara de azeite
1/2 xícara de vinagre de vinho branco
1 colher (chá) de grãos de pimenta-do-reino preta
1 pimenta dedo-de-moça inteira
2 dentes de alho
1,5 colher (chá) de sal
150 g de cebola cortada em rodelas (1 média)
2 folhas de louro
Folhinhas de dois galhos de manjerona fresca
Limpe bem as sardinhas, tire a cabeça, deixe as espinhas. Parta os tomates ao meio, tire as sementes e reserve-as. Bata no liquidificador os tomates com o azeite, vinagre, pimenta-do-reino, pimenta dedo-de-moça, alho e sal. Junte a cebola fatiada, as sementes de tomate reservadas, as folhas de louro e as folhinhas de manjerona. Coloque metade do molho no fundo de uma lata ou marmita de aço inoxídável. Ajeite as sardinhas, uma ao lado da outra, e jogue por cima o restante do molho. Feche bem a lata. Coloque 1,5 litro de água numa panela de pressão grande sem bordas, apoie sobre o fundo um aro de metal ou cesta de vapor e coloque por cima a lata, de forma que ela não encoste na água (em embulição, poderia entrar pela tampa da lata). Feche bem a panela e leve ao fogo alto. Quando ganhar pressão, abaixe o fogo e cozinhe por 1 hora. Só abra a panela depois de totalmente fria - pode deixar de um dia para outro. Conserve as sardinhas na geladeira por até uma semana e sirva pura ou use para fazer tortas e saladas. Na hora de servir, junte um pouco mais de azeite extra-virgem e nhac.
Rende: 12 sardinhas








O aro de metal dentro da panela de pressão

Cavalinhas em lata. Fiz igual, só que tirei o excesso de espinhos finos com uma pinça e cortei em pedaços.

14 comentários:

  1. Neide, cá em Portugal, a sardinha praticamente só conhece o caminho da grelha.
    Gostei muito desta sugestão!

    Depois do spätzle, acho que vou me atirar na sua sardinha. :) :)

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  2. Eu nunca experimente fazê-las com molho de tomates, somente com óleo ou azeite e vinagre mais os condimentos e na panela de pressão... Por sinal aqui no extremo oeste de São Paulo eles fazem esse processo com todos tipos de peixe até com piranhas!Vou aproveitar a boa dica! Agora me deu saudade das cavalinhas que há tanto tempo não como. Por aqui só chegam sardinhas congeladas em pequenos pacotes e somente nessa época.
    Abraço!!!

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  3. Minha mãe costuma fazer cavalinha cozida em shoyu, sakê, mirin e gengibre. fica muito bom.
    bjo

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  4. Caramba! Mas que ideia maravilhosa! Adorei esta ideia, adoro peixe e sem duvida possível de fazer aqui. :D

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  5. ISSO ME LEMBRA O MEU PAI E AS SARDINHAS QUE ELE FAZIA, ERAM MUITO PARECIDAS
    PERFEITAS PRA COMER COM UM PÃOZINHO, BJ

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  6. Neide,

    Minha mãe conta que não havia nenhum status em comer bacalhau na Sexta-feira Sant bacalhau era o peixe que se encontrava na semana santa e era barato, como é hoje a sardinha em lata.

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  7. Tenho medo de panela de pressão! não explode nao? adoro seu blog!bjo!

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  8. Maravilhosas as sardinhas assim, em casa da minha mãe faz-se muito com uma receita bem semelhante. Quando começa a época da sardinha aqui em Portugal tem sempre na geladeira um vidro com elas para quem chegar. Com um pão torrado… ai que vontade. Para mim lembra férias e verão.

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  9. Além das sardinhas e cavalinhas tenho comprado bonito, que não faz feio ao substituir o atum . Faço as sardinha e o bonito como molho de macarrão. Para as sardinhas pico cebolas, tomates, salsa, alho, pimenta-dedo-de-moça, ralo um pouco de gengibre, rego com azeite, tempero com sal e misturo. Arrumo em uma travessa uma camada desse tempero e uma de filés de sardinha, alternando até acabar. Asso no forno por uns 20 minutos. O bonito cortado em cubinhos pode ser refogado e preparado com os mesmos temperos, pois ele não se desmancha. Delícia.

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  10. Li o post do turu e agora este. Ano passado, de passagem por Lisboa tive a imensa ventura de comer sardinhas grelhadas. Tenho umas sardinhas limpas na geladeira. Não tenho vinagre, mas acho que lima (taiti) servirá. Tive panela de pressão de aço inoxidável, pena que a patroa a destruiu. Era ótima. E quanto ao que você escreve, faltam-me adjetivos apropriados para elogiar.

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  11. Oi Neide.
    Você sabe qual é o nome científico da cavalinha que se vende em SP?
    Pelas fotos, parecem os peixes do gênero Scomber, mas pensava que eles só existiam no hemisfério Norte? São pescados em águas brasileiras?

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  12. Isaac,
    por favor me escreva depois no meu email, porque estou fora e não tenho como verificar isto agora. Um abraço,
    N

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  13. Nossa, era tudo q eu andava procurando!
    Ainda não testei, nem tenho muito jeito com cozinha, mas gosto muito de sardinha.
    Estou pretendo fazer um ou outra adaptação, como retirar um ou outro condimento, meu paladar é pouco sofisticado. -A base permanecerá intacta! ...e foi o q mais gostei.
    Estou pretendo fazer em panela anti-aderente... -Dará certo, não é?
    Muito obrigada.

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