terça-feira, 8 de abril de 2014

Juazeiro Petrolina

O velho Chico
De Uauá a Juazeiro, ainda na Bahia, são 170 km, sendo 50 de terra e o resto de asfalto esburacado. São quase três horas para vencer o trecho. Para Petrolina, já em Pernambuco, mais cinco minutos de travessia da ponte sobre o Rio São Francisco. Sempre quis conhecer as duas cidades por causa da música do Jorge Altinho, eternizada pelo Luiz Gonzaga e tantos outros artistas como Elba e José Geraldo no vídeo abaixo.   E o Rio São Francisco exerce sobre mim um certo encanto difícil de explicar. Neste ano já passei quatro vezes sobre seu leito: ida e volta para São Roque de Minas, na Serra da Canastra, onde ele nasce (versão mais aceita), ida e volta para Petrolina. E pensar que quando visitei sua nascente anos atrás estive frente a frente com um olho de água tão miúdo que em nada anunciava a grande serpente na qual se transformaria logo adiante.



Não posso dizer, infelizmente, que conheço Juazeiro ou Petrolina. Mas apenas que estive lá, entrei numas ruas apertadas em Juazeiro para encontrar uma tia de Jussara e depois, em Petrolina, deixamos dona Joana no médico - se um uauaense quiser um especialista, é pra lá que tem que ir -, passamos pela igreja, visitamos o irmão e cunhada de Jussara, tomamos suco de umbu e fomos almoçar carneiro no bodódromo. Sim, é lugar de bode, mas é carneiro que servem. Dizem que tem melhor aceitação entre os turistas. Senti falta do sabor mais forte de um bom bode. De qualquer forma, comemos muito bem.  


A comida é aquela do sertão, com aipim cozido, feijão de corda, pirão e arroz. São vários restaurantes numa rua. Um ao lado do outro, todos servindo bode, ops, carneiro.  Comemos no Isaias, onde a comida é boa, farta e barata. E os garçons são todos muito simpáticos. 

Queria ter conhecido o mercado, as feiras, mas não foi desta vez. Logo escureceu e voltamos para casa sacolejando. 



O bom é que sempre aproveito também o caminho e não só o destino. Acabamos demorando um pouco para chegar porque a estrada, apesar de esburacada, é linda e eu queria fotografar todas as flores, todas as pedras, todo mandacaru, toda catingueira, umbuzeiros.  Pela manhã, todas as malvas brancas de flor amarela estão abertas, fazendo com que a estrada pareça ser uma trilha de um imenso jardim ensolarado salpicado de roxo, rosa e branco. Mas, predominantemente, a caatinga é amarela. 



Em Petrolina 



  

Em Juazeiro, piknik é geladinho, sacolé, chupchup

2 comentários:

  1. Neide, também eu tenho um carma com o Velho Chico. Já passei por ele umas dez vezes, porém a melhor foi a viagem de Gaiola, de Pirapora a Sobradinho. Diria que foi a melhor viagem que já fiz. Adoro ler você!
    Adelia

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