Lembra-se daquelas beterrabas e dos taros que ganhei do Alex e da Laura na semana passada? Pois partes deles viraram pão. Falar nisso, eles publicaram sobre nosso encontro no blog do sítio, o que me deixou envaidecida e sem-graça. Como estava na hora de fazer o pão da semana, usei um pouco do que ganhei. E como não queria um pão super vermelho e porque gosto do taro no pão - fica macio e com bolhas, usei apenas uma beterraba, que deixou a massa crua super colorida, de um rosa choque que prometia durar para sempre. Depois de assado o pão, ninguém dizia que uma beterraba havia passado por ali. O pigmento, sabe-se lá porque reação, desapareceu no miolo e deixou apenas uma leve lembrança na crosta. O gosto da beterraba também desaparece, mas a massa fica nutritiva, disso eu sei. Aproveitei para usar também sementes de girassol e de abóbora (já descascadas) que comprei no mercado da Lapa e ficou muito bom - o pão com massa elástica levemente crocante. Aqui vai a receita. Se você não tiver levain, veja as dicas lá embaixo.
Com crosta de sementes |
Com farinha branca |
Pão de taro e beterraba com fermento natural
400 g de levain ou fermento natural (veja aqui)
120 ml de água fria
2 colheres (sopa) de mel
1 colher (sopa) de sal
150 de beterraba cozida, fria
350 g de taro/ inhame cozido e espremido, frio
700 g aproximadamente de farinha de trigo especial (pode precisar de mais ou menos dependendo da umidade do inhame e da beterraba)
100 g de manteiga sem sal em ponto de pomada
1/3 de xícara de sementes de girassol sem pele
1/3 de xícara de sementes de abóbora sem pele
1 colher (chá) de sementes de endro (opcional)
Farinha de trigo para polvilhar
No liquidificador bata o levain com a água, o mel, o sal e a beterraba. Passe para uma bacia, junte o purê de taro e vá colocando a farinha de trigo aos poucos, mexendo com uma colher de pau. Quando a massa ficar firme para manusear, passe para uma superfície enfarinhada e sove bem com as mãos enfarinhadas, até resultar numa massa lisa. Junte a manteiga em pedacinhos, aos poucos, as sementes grosseiramente picadas e o endro, sovando para incorporar bem. Se quiser, separe um poucos das sementes para colocar na casca do pão. Junte mais farinha se precisar. A massa bem lisa, brilhante e que não gruda mais nas mãos, deve ser colocada novamente na tigela grande, coberta com plástico ou um pano. Você pode amassar também na máquina de pão. Espere a massa crescer até dobrar de volume (caso não tenha experiência com pães, faça uma bolinha com a massa e deixe num copo com água em temperatura ambiente – quando ela subir à superfície, a massa certamente estará no ponto). Divida a massa em quatro e molde os pães compridos ou redondos e coloque numa assadeira grande untada e polvilhada, deixando espaço entre eles. Se quiser, pique um pouco das sementes, molhe o pão com água e role-o sobre elas, para grudar bem, conforme se vê na foto lá em cima. Deixe crescer novamente por cerca de meia hora ou até os pães dobrarem de volume. Polvilhe com farinha de trigo caso não tenha usado as sementes, faça cortes com lâmina bem fina e leve ao forno pré-aquecido bem quente (280 ºC) e deixe assar por 10 minutos. Abaixe o fogo para médio e deixe assar por mais 50 minutos. Os pães devem ficar bem dourados.
Rende: 4 pães
Fresco com geleia de amora |
Amanhecido, torrado e com manteiga. Nhac! |
Agumas dicas. Talvez para maioria dos leitores o mais fácil seja seguir o item 2.
1. Para o levain (fermento natural): se você já tem um fermento natural, apenas reforme-o algumas horas antes (eu reformo sempre com antecedência de 6 a 12 horas) com mais farinha e água em quantidade suficiente para que fique com consistência de massa de bolo e que tenha quantidade suficiente para você usar 400 g (cerca de 2 xícaras) e ainda sobrar um pouco (meia xícara já basta) para a próxima vez que for fazer pão.
Caso não tenha o levain, faça assim |
2. Se você não tem levain: faça uma mistura com 1 envelope de fermento biológico para pão (10 g), 170 g de farinha de trigo branca ou integral (cerca de 1 e meia xícara) e 240 ml de água (1 xícara), lembrando que uso sempre xícara padronizada para cozinha, de 240 ml. Misture bem - vai ficar com consistência de massa de bolo mais firme. Deixe em repouso durante meia hora e use no lugar do levain.
3. Se você quer começar a fazer seu próprio fermento: faça seu levain usando a mesma mistura indicado no item 2, sem o fermento biológico. Cubra com filme plástico e espere fermentar - em dois ou três dias, no calor, já estará fermentado. Reforme com mais farinha e água, como indicado no item 1.
muito interessante. Gostei da proposta.efessmal
ResponderExcluirAi, como sinto falta de fazer pão, mas se faço, como tudo e essa maldita intolerância a farinha me impede.
ResponderExcluirAliás, você leu a matéria que tem sido divulgada de um medico americano que teve comprovação pratica no consultório dos malefícios que a farinha trazia a seus pacientes? Aliás ele também vincula o aumento dos problemas ao consumo de farinha transgênica e dá explicações de como os grãos da farinha são tratados. Um horror. Não sei se é só modismo mas o que ele fala me surpreendeu porque bate direitinho com meus sintomas.
http://vidaprimal.wordpress.com/2011/10/02/entrevista-com-o-dr-william-davis-parte-12/
Luka,
ResponderExcluiruma pena que te faça mal. O trigo é um cereal fantástico (claro, como qualquer outro alimento, não é pra se entupir com ele). Não existe alimento milagroso nem puramente maléfico. Quanto aos transgênicos, ainda temos como evitá-los. Um abraço, N
Neide, lindo pão (que cor!) e utilíssima a dica sobre o levain. Se eu não tivesse tido o privilégio de tê-la aqui pessoalmente para tirar as dúvidas sobre como usá-lo, elas teriam sido resolvidas nesse post. Parece bobagem, mas aparecem umas dúvidas na hora de usar o levain pela primeira vez. Aqueles serezinhos lá dentro do vidro, e a gente nem sabe se eles ainda estão vivos!
ResponderExcluirBeijo!
Juliana.
Juliana,
ResponderExcluiré bom eu saber, pois agora, toda vez que falar de levain, vou dar estas dicas. Um beijo, N
Não uso farinha de trigo refinada nem integral e gostaria de fazer pão com aveia integral ou farelo de aveia, ou outro cereal que não tenha glútem, e nem leve qualquer tipo de açúcar. Você pode me ajudar?. Fico muito grato.
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