Mas voltei ontem não para tirar a prova dos nove, mas porque me deu vontade mesmo de comer arroz e feijão bem feitos. Eu teria comido galinha caipira, mas Ananda, minha filha, quis comer carne suína e, mesmo o garçon tendo dito que o porco um pouco diferente (assim mesmo no cardápio) poderia demorar uns 40 minutos, pedimos e fomos enganando a fome com pasteis de angu recheados de carne moída ou canastra (pedimos mistos) incrivelmente sequinhos. Da primeira vez que fui eles chegaram decorados com folhinhas de ora-pro-nobis que podem ser comidas. Desta vez folhas grandes de couve-flor ou brócolis serviam de forração e eu sempre fico com dó de desperdiçar estas folhas comestíveis - preferia ora-pro-nobis. Bem, o porco chegou super pururucante depois de 20 minutos e pode ser cortado com colher, de tão macio. Angelita Gonzaga, a chef sócia proprietária, veio depois à mesa e explicou que a peça é cozida em forno baixo por 18 horas. Acho grande demais o corte para duas pessoas, mas digo isto porque não sou muito de carnes e nós três comemos pouco - ainda mais com uma porção de pastel antes. O prato foi suficiente para nós três e ainda sobrou para levar para casa. Dá para comer em quatro pessoas tranquilamente (quatro como nós, pelo menos). A vaca atolada também.
Além da porção generosa, do bom atendimento, tudo ali é feito com capricho - está certo que para mim nem precisaria que os pratos fossem de ágata e o cafezinho coado à mesa, bastando que a comida e o café fossem decentes - e são muito. Só mudaria duas coisas e fica aqui a sugestão pra Angelita: os lugares americanos de plástico às vezes grudam no antebraço. As mesas de madeira são lindas e peladas seriam mais agradáveis. E também deixaria um copinho ou algo assim para recolher os pingos do coador com pó quando tiramos a xícara de baixo dele. Mas o restaurante é novo e os pingos nos is vão sendo colocados aos poucos. O que importa agora é saber que a comida é muito boa - Angelita Gonzaga passou bons anos cozinhando em casa no estilo Lourdes Hernandez -, tem comida brasileira da boa como galinha com osso e carne de lata, tem boas cachaças, o lugar é agradável e verdejante e você pensa que está fora de São Paulo. E o melhor pra mim, é perto de casa e o preço é bom. Por enquanto, só almoço.
Garimpos do Interior
wwwgarimposdointerior.blogspot.com
Rua Marco Aurélio, 201, Vila Romana, 2339-5008
Rua Marco Aurélio, 201, Vila Romana, 2339-5008
Horário: das 12 às 16 horas (sábado, das 12 às 20 e domingo, das 12 às 18; fecha na segunda). Aceita cartões, mas não cheque.
Sua família é linda, parabéns! Izabel
ResponderExcluirOi Neide!
ResponderExcluirE eu tinha certeza de que esse era um restaurante que ficava no caminho de algum lugar para onde vc estaria viajando.
Que ótima surpresa saber que é tão mais pertinho! Irei lá na semana que vem :)
bjs e obrigada por compartilhar :)
Eu preciso de um coador desses, mais ou menos. Faço café diferente, como minha mãe fazia. Quando a água ferve, jogo o pó e desligo. Fica ótimo. Aí jogo no coador. Meu bule é igual ao da foto, em vermelho, então o saco tem que ter boca grande, pois não vou ficar segurando e não tenho o suporte e aqui não vende. (já sei!! você vai bolar um de arame!!) aí faço a baínha do saco!!!:-)Mas você é tão craque, arroz e feijão em restaurante?? não entendi.
ResponderExcluirOi Neide. Meu nome é Daniele, vivo nós Estados Unido à quatorze anos e não vou ao Brasil o mesmo tempo. Achei seu blog semana passada procurando receita de chuchu. O nó na garganta ajudou a não engolir a saliva pois sabia q não teria o gostinho das comidas q vc descreve tão bem. Amei seu blog e a cada página q leio meus olhos enchem de lágrimas e minha boca de água. Posso ter acabado de comer e me bate aquela fome denovo... Fiquem com Deus!
ResponderExcluirObrigada, Izabel!
ResponderExcluirGabi, viu que bom? é aqui pertinho da gente.
Ângela, é impossível que não tenha desses coadores aí em Itamonte. Tem no Brasil todo, em qualquer supermercado. Certeza que não tem? A diferença deste da foto é que é individual - tem no mercado de BH. E fazer coador de pano em casa também é a coisa mais fácil do mundo. De qualquer forma, quando vier de novo na Lapa a gente compra no mercado - tem inclusive a mariquinha. Minha mãe também sempre fez café assim. E eu, quando não uso minha cafeteira italiana (prática porque não precisa de coador), também faço deste jeito.
Quanto ao restaurante, acho um luxo comer arroz e feijão bem feito em restaurante. Agora, é claro, tem a coisa do passeio. É diferente de comer em casa.
Between, imagino como deve ser difícil ficar tanto tempo longe da comida da nossa terra. Mas um dia você volta pra passear e se esbalda.
Um abraço,
N
Oi Neide!!Ai que vontade de comer aí.Eu AMO pastel de angu,comi há muito tempo em Minas Gerais.Quem sabe quando passar por aí né..beijos!!
ResponderExcluirOi Neide!
ResponderExcluirQue delícia saber que na dureza de São Paulo existe gente como a Angelita que ainda cozinha como se fosse em casa, sem apressar-se com o ritmo da cidade e consegue criar um catinho que lembra tanto a casa da vó (no meu caso, nos cafundó de cajobi). Adoro seu trabalho e admiro sua inspiração e carinho pra falar de comida! Grande abraço!
eu adoro pastéis de angu. sou capaz de almoçar apenas isso, se bobear. e já tentei fazer em casa, sem sucesso infelizmente. portanto, tks pela dica, vou correndo conhecer este restaurante a.s.a.p.
ResponderExcluirforte abraço