Esta é minha versão atual : Mixaria (cuscuz de fubá, bem soltinho, com carne moída refogada, servido com vinagrete) |
Desculpe pelo adiantado da hora, mas acabo de voltar justamente de uma viagem para Jaboticabal, onde estive para dar uma palestra sobre "Cozinha local e sem gluten", no Senac (Veja a programação das outras unidades aqui). Falei das possibilidades de pratos sem glúten, para quem tem doença celíaca, usando pratos regionais e ingredientes comuns, que costumávamos usar como fonte de carboidratos antes do uso difundido do trigo. E me lembrei do cuscuz com carne moída que comi Rio Branco - AC, que responde pelo nome nada elegante de "baixaria".
Entre as delícias do café da manhã acreano que inclui tapioca e vários tipos de mingaus, o prato de cuscuz é o mais emblemático no Mercado do Bosque, em Rio Branco. Eu comi no Mercado Novo (que já está velho enquanto o Mercado Velho é novo, pois foi totalmente reformado) e, tão substancioso que é, serviu de almoço. Hoje pode ser encontrado em todos os mercados.
O que era antes um prato para trabalhadores e aqueles que faziam a feira logo pela manhã, no lugar do pão, passou a ser comida de resistência especialmente de madrugada para os notívagos e desgastados pela folia, antes de irem para casa dormir o sono do justos e baladeiros. Ou, seja, pode ser a primeira ou última refeição do dia, um prato completo para toda hora.
Desde que voltei de Acrelândia, quando estou sem tempo de cozinhar, em vez de fazer um macarrão ao sugo, que também é rápido e gostoso e é como se fosse meu miojo, dispenso o trigo e mando uma baixaria no almoço ou jantar. Basta fazer um cuscuz de milho e servir com carne moída refogada, ovo frito e cebolinha. Por aqui já virou outra história, que eu passei a chamar de "mixaria", pois, como não sou pessoa exaurida pela folia, acho demais duas proteínas no mesmo prato e substituo o ovo por um vinagrete mais caprichado com cebola, cheiro verde e tomate. Às vezes couve refogada.
Comecei fazendo o cuscuz com flocos de milho como fazem por lá. Mas agora prefiro o cuscuz de fubá que fica como o marroquino, bem soltinho. Veja como fazer aqui. E comecei a mudar também o jeito de servir. Para que não digam que mexi demais na tal da baixaria, que eu respeito, adoro e quero que continue como sempre foi, para eu comer de novo quando for a Rio Branco, insisto que esta "mixaria" é por minha conta. Se quiser, invente a sua, mas vá por este caminho - cuscuz e carne moída molhadinha, que dá muito certo.
Este é imitação do original, que fiz em Acrelândia, logo depois de ter
provado o prato em Rio Branco
Este é o que comi no Mercado Novo (o velho)
Um dos inúmeros que já fiz por aqui - com flocos de milho, já sem ovo
Este é imitação do original, que fiz em Acrelândia, logo depois de ter
provado o prato em Rio Branco
Este é o que comi no Mercado Novo (o velho)
Um dos inúmeros que já fiz por aqui - com flocos de milho, já sem ovo
Que delícia Neide !!! essa quinta sem trigo deixa sempre os celíacos brasileiros encantados com sua cozinha e seu talento !
ResponderExcluirMais uma vez obrigada !
Raquel Benati
Acelbra-RJ
Nossa fiquei com água na boca.
ResponderExcluirVou fazer a minha versão "baixaria" no fim de semana.
Bjs,
Flávia
Uma delícia
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