Só no livro "Frutas Brasileiras" de Lorenzi, H e outros, há mais de 20 tipos. O maracujá que ganhei tem esta flor na página da esquerda. Estes maracujás-da-caatinga, também chamados de maracujás-do-mato ou maracujás-mochila, vieram de ônibus, de Santa Luz, na Bahia, até esta terra onde não são encontrados. São do sítio do pai da Eliane, que trabalha aqui em casa. Cultivado, não é aqui nem lá. Dá no mato. Ninguém ligou muito pras frutas na casa dela, por isto me trouxe. Foi o que disse. Disse também que na terra dela agora todos preferem suco de maracujina, que é o maracujá comum, que domina as plantações de norte a sul. E pensar que só no livro do Lorenzi são 26 os tipos que contei. Depois que a tal maracujina chegou por lá, ninguém mais quis saber destes pequenos e ácidos - chamados também de maracujás-de-boi. Este, sim, o boi, passa bem, afinal, apesar da palidez, pouca doçura e muita acidez, a fruta é extremamente saborosa e perfumada. A Coopercuc já faz geleia com ele e exporta, num bonito trabalho de valorização destes frutos da Caatinga. Talvez possa ser encontrada aqui em São Paulo, no Empório Chiapetta. Como não eram muitos os frutos, fiz uma geleia-marmelada, usando também a polpa, que foi cozida junto com a casca e sementes. Aqui, a receita:
Geleia de maracujá-da-caatinga: lave bem 6 maracujás-da-caatinga e corte-os ao meio. Coloque-os numa panela e cubra com água. Deixe cozinhar até ficar com a polpa bem macia. Se precisar, junte mais água, para sobrar um pouco. Passe tudo por peneira, retendo a pele e as sementes - guarde algumas para juntar à geleia. O conteúdo peneirado deve render 1 xícara. Coloque o mesmo volume em açúcar numa panela com a polpa e leve ao fogo, mexendo de vez em quando, para não grudar no fundo, até ficar com consistência de creme espesso. No último momento, junte um pouco de semente, só para embelezar, já que são mais duras que as do maracujá. Espere amornar e despeje num pote de vidro. Guarde tapado na geladeira, para comer com queijos, biscoitos ou pães. Doce, azedinha, cheia de sabor... Rende: uma xícara de geleia
Essa geléia está com uma cara ótima. Mas eu amei foi a colher da geléia. Que mimo mais delicado! Parece aquelas heranças de avó.
ResponderExcluirÓtimo fim de semana pra você, Neide.
Vou colher alguns e tentar fazer a geléia. Lá em casa na roça tem muito.
ResponderExcluirNunca provei nenhum, como o pessoal da Bahia também uso o maracujá comum, que também tenho plantado.
Com esse maracujá do mato, só usei para fazer remédio, bom demais, para dor na coluna.
Que soculento.. nunca vi um maracajá desses em portugal.. gostava de provar esse doce!
ResponderExcluirbeijo da marmita
Neide
ResponderExcluirEstaria aí a resposta que precisamos?
Beijos
Roberta! Acho que está, sim. A Eliana é daquelas bandas da Caatinga. Vamos investir nisto?
ResponderExcluirbeijos, N
Tenho quase certeza que o vô do meu namorado mandou um desse pro meu sogro plantar. :D
ResponderExcluirAgora que eu soube que é azedinho, deu mais vontade ainda de provar.:)
Oi, Neide:
ResponderExcluirCheguei até aqui através do blog da Rute - Publicar para Partilhar - e fiquei encantada com suas histórias, sua vida, seu trabalho, suas receitas!
Adorei a história do baile e sua determinação em aceitar o que era, o que tinha, de onde vinha - coisa difícil para quem é jovem e precisa da aprovação da tribo !
Aqui no sítio onde moro, tem um maracujá, que os vizinhos dizem ser nativo, e que deve ser um dos tantos que existem por aí. Ele é pequeno, com a casca escura, e o sabor é doce e mais suave do que o tradicional que compramos nos mercados.
Parabéns pelo blog !
Beijo
Neide, você tem semente desse maracujá? Eu gostaria de plantar no meu quintal. Moro em Araçoiaba da Serra inteiro de São Paulo, conhece?
ResponderExcluirOi Neide, para o maracuja "comum", recomendas alguma alteração na receita ou posso fazer do mesmo jeito??
ResponderExcluirAbraço