quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dia da mandioca: creme de mandioca e coco com camarão seco. Pão de mandioca com cebola


A tecnologia é a grande aliada para quem não tem um roçado de mandioca à porta de casa. Nem mercado tão perto. Mandioca cozida, assim como feijões, pimentas e algumas frutas não podem faltar no meu freezer. Justamente para as horas de aperto - e ultimamente quase todas as refeições têm sido preparadas assim.
Ontem, nem estava pensando no dia da mandioca, que é hoje. Apesar do feriado, trabalhei o dia todo. Então, para o almoço, descongelei um pouco da mandioca que veio da fazenda da irmã do meu cunhado e uns pedaços de coco (o coco já sem pele faz parte daquele grupo de frutas que sempre tenho congeladas). Tinha ainda um pouco de camarão seco e os temperos de sempre, que também não deixo faltar - pimentões, tomate, cebola. Algumas ervas, sempre tenho no quintal e uma verdura pra acompanhar também. Não aparece na foto, mas servi o prato com capiçoba refogada.
Nem sempre sei o que os ingredientes que tiro do freezer vão virar. Na maioria das vezes, decido na hora. E ontem foi o caso. Às vezes viram uma gororoba que como só para não desperdiçar. Mas de vez em quando acerto e sai alguma coisa que vale a pena reproduzir e por isto publico aqui. Acho que o creme de ontem vale a pena. É nutritivo, rápido de fazer, gostoso de comer e agrada até jovens enjoados como a Ananda. E ainda sobrou resíduo de coco e camarão que viraram farofa - publico no próximo post porque talvez entre no meu almoço - tem lá uns filezinhos de peixe-espada descongelando para o que der e vier.
E do pão com mandioca e cebola nem ia publicar a receita, que não tem nada demais - um pão branco de mandioca com cebolas douradas na manteiga, mas, como fiz na semana passada pra levar a um encontro do Aikido com amigos do Marcos e todo mundo queria a receita, aí vai ela também.
Mingau de mandioca e coco com camarão seco ao dendê
Para o camarão
100 g de camarão seco
1 colher (sopa) de azeite de dendê puro
Meia cebola (100 g) picada
4 colheres (sopa) de pimentões coloridos picados
1 tomate picado
3 folhas de coentro-de-pasto / chicória-do-pará (ou 2 colheres de sopa de coentro comum picado)
5 folhas de alfavacão (ou alfavaca comum ou manjericão)
1 pimenta dedo-de-moça, com umas 5 sementes, picada
1/2 xícara de água quente
1 colher (chá) de suco de limão
Para o creme de mandioca
120 g de coco em pedaços
3 xícaras de água morna
Cascas de camarão seco (usados no camarão com dendê)
1 pimenta-de-cheiro sem sementes vermelha
500 g de mandioca cozida
Sal a gosto
Prepare o camarão: tire cabeça e carapaças dos camarões, lave bem e deixe de molho em água fria, de preferência, na geladeira, por cerca de 2 horas - troque a água uma vez neste período. Descarte as cabeças do camarão, mas reserve as cascas, para depois virar farofa com coco (próximo post). Escorra bem os camarões e reserve.
Numa panela, aqueça o azeite de dendê e coloque a cebola. Deixe murchar. Junte o camarão, os pimentões, o tomate, o coentro e o alfavacão (se quiser, reserve um pouco das ervas para colocar no final), a pimenta e a água quente. Tampe e deixe cozinhar em fogo baixo até o pimentão ficar macio e restar só um pouco de molho. Prove, adicione sal se necessário e tempere com o suco de limão. Junte as ervas, caso tenha reservado, e sirva com o creme.
Prepare o creme de mandioca: Coloque no liquidificador o coco com a água, as cascas do camarão e a pimenta. Bata bastante até o coco ficar bem triturado. Coe, apertando bem. Devolva o líquido coado ao liquidificador e ligue o aparelho. Vá juntando, aos poucos, pedaços da mandioca cozida, sem os fiapos, e bata até ficar cremoso. Coloque na panela e leve ao fogo. Cozinhe até ferver. Tempere com sal a gosto (não muito). Se quiser, junte ao creme um pouco de dendê ou manteiga, mas não precisa. Sirva como polenta, com o camarão por cima - ou algum tipo de carne com molho.
Rende: 3 porções

A receita é muito parecida com aquele pão de taro
Pão de mandioca com cebola
1 cebola grande picada em quadradinhos
100 g de manteiga sem sal
1 envelope de fermento biológico seco
1,5 xícara de água morna (360 ml de água)
2 colheres (sopa) de açúcar
Cerca de 800 g de farinha de trigo (a quantidade pode variar com o teor de umidade da mandioca
1 colher (sopa) de sal (rasa)
500 g de mandioca cozida e amassada, fria (cerca de 2 xícaras de 240 ml)
Modo de fazer: numa frigideira coloque a cebola e metade da manteiga. Deixe fritar lentamente, até a cebola dourar, mas não queimar. Deixe esfriar. Numa bacia ou tigela grande, dissolva o fermento na água com o áçúcar. Junte um pouco da farinha só para formar um mingau. Deixe borbulhar (cerca de 15 minutos). Junte o sal e a mandioca cozida, mexa bem. Vá acrescentando aos poucos a farinha e mexendo com uma colher de pau. Quando ficar duro de mexer, passe para uma superfície de trabalho enfarinhada e vá juntando farinha à medida que amassa, até formar uma massa homogênea. Adicione, aos poucos a cebola com a manteiga e a manteiga reservada. Vá amassando até incorporá-la toda à massa. Junte mais farinha, aos poucos. A massa bem lisa, brilhante e que não gruda mais nas mãos, deve ser colocada novamente na tigela grande, coberta com plástico (uma touca de plástico comprada só para isto pode ser útil) ou um pano. Espere a massa crescer até dobrar de volume (caso não tenha experiência com pães, faça uma bolinha com a massa e deixe num copo com água em temperatura ambiente – quando ela subir à superfície, a massa certamente estará no ponto). Divida a massa em três ou quatro e molde os pães compridos ou redondos (ou, se quiser, use formas de bolo inglês) e coloque numa assadeira grande untada e polvilhada, deixando espaço entre eles. Deixe crescer novamente por cerca de meia hora ou até os pães dobrarem de volume. Polvilhe com farinha de trigo, faça riscos com estilete ou lâmina e leve ao forno preaquecido bem quente (280 ºC). Deixe assar por 10 minutos. Abaixe o fogo no mais baixo (150 ºC) e deixe assar por mais 50 minutos. Os pães devem ficar bem dourados.
Rende: 3 ou 4 pães

7 comentários:

  1. Neide
    Que feliz coincidência!
    Estava eu aqui, solitário com meus pensamentos, me deliciando com esta maravilha de combinação, e, antes mesmo que lhe questionar pelo skype, tenho já as respostas todas à mão. Prato delicado e macio. O camarão lhe caiu como uma luva. Tomei a liberdade de colocar num canto uma farinha clara e bem fina e despejei sobre o conjunto um generoso fio de azeite = ficou excelente e aqueceu maravilhosamente. Obrigado pela surpresa!
    Beijos
    M.

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  2. Acabei de "esbarrar" neste blog!!!
    Vou ler com calma... aqui da vontde de correr pra cozinha colocar em pratica :-)
    Parabéms.

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  3. Êpa! Mandioca? Pão caseiro?

    Adoro pão caseiro e adoro mandioca!!!

    E esses seus pães estão com uma cara óóótima...

    Ferei um dia, com toda certeza. =)

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  4. Marcos,
    ontem eu repetiria a porção não fosse a certeza de que iria adorar comer na marmita de hoje. Imagino você tentando descobrir do que era o purê. Agora, que não precisava da farinha nem do azeite, ah, disso não precisava, vá. Mas se ficou bom é o que importa.

    Mary, eu fiquei foi com vontade de fazer pizza depois de ver no vídeo sua habilidade com as mãos. Parabéns! E também parabéns por divulgar nosso urucum aí na Itália.

    Lídia, só não é um bom pão para café da manhã. Mas com cerveja vai bem. E com vinho ficou ótimo. Depois me diga.

    Um abraço,
    N

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  5. quero fazer este pão,deve ficar delícia.Beijo!

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  6. Neide, tenho que lhe dizer que os seus paes saem sempre uma beleza!
    Mas o duro é perceber que para vc parece que a coisa sai assim tanto naturalmente, tal como se vc fizesse um ovo frito...
    Pura inveja minha! rss rss
    Gostei.
    Bjs!

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