O novo queridinho do pedaço. No tamanho, é um pouco maior que o limão galego. Na cor dos frutos maduros, ambos se parecem. Já o sabor e aroma... Estava toda esperançosa de que daqui a alguns anos poderia colher uns limõezinhos Yuzu iguais aos que Mari Hirata me deixou para tirar sementes. Ela veio para dar aula de pão no Mesa Tendências e nos desencontramos, pois eu estava voltando de Portugal e ela, correndo de volta pro Japão. Mas os deixou com a irmã Emi para me entregar e os três citrinos para cá vieram. De um, já usei a casca e o suco e plantei as sementes. Outro já prometi para o Edilson, da Ciprest, que também ficou animado para reproduzir. Mas digo "estava esperançosa" porque acabei de descobrir que ele é um híbrido (Citrus ichangensis x Citrus reticulata var. austera) e cruzamentos entre espécies diferentes geram descendentes normalmente inférteis. Que azar, vou ter que trazer uma muda do Japão. Mas, com sorte, talvez consiga ao menos usar as folhas que são parecidas com as do limão kafir. Seja o que será, foi uma emoção enorme ter em mãos estes limõezinhos que sabem a lima, grapefruit e tangerina. Tudo isto com um quê da for da laranjeira. Um pouquinho só é suficiente para perfumar um caldo, uma salada de gohan, uma sobremesa, um ceviche. Não experimentei em muitas coisas, mas pude confirmar sua potência. O suco é bastante azedo, com pouco doce, mas também muito perfumado e substitui os outros limões em molhos, por exemplo. Hoje há muito dele nos Estados Unidos, para onde foi levado no final do século 19. Mas o Japão é o principal plantador, embora tenha surgido na China. É bastante usado também pelos coreanos. Emi sugeriu que fizesse aquela salada da aula da Mari. Como queria usar meu feijãozinho indiano, parente do azuki e do feijão-arroz, que trouxe de Lisboa, fiz uma versão simplificada da salada como feijão em vez de ovas. Ficou refrescante e comi durante três dias, cada vez melhor e mais perfumada. Boa para marmitas e piqueniques.
O feijão é parecido com o azuki, só que marrom
Salada de arroz e feijão com yuzu
Deixei 2 colheres (sopa) de alga hiziki de molho em água. Escorri. Fiz um molho para sushi, derretendo no fogo 5 colheres (sopa) de açúcar com 2 colheres (chá) de sal, 2 colheres (sopa) de saquê e 6 colheres (sopa) de vinagre. Desliguei o fogo assim que o açúcar derreteu. Quando esfriou, juntei 1 colher (sopa) de suco de limão yuzu. Numa tigela combinei 1 xícara de arroz cozido para sushi, frio, 1 xícara de feijão azuki ou aparentado cozido e frio, a alga hiziki demolhada e escorrida, 4 umeboshis picadas, a casca de meio limão yuzu ralada com microplane e 1 colher (chá) de gengibre ralado. Juntei o molho, misturei tudo com delicadeza e nhac. Se quiser, complemente sal, vinagre, açúcar.
Rendeu: 6 porções
Nota: 1 xícara do feijão (200 g), foi cozido em 4 xícaras de água e rendeu 3,5 xícaras dele pronto ou 500 gramas. Pode ser congelado em porções, para depois terminar o preparo em pratos quentes ou frios.
Para saber mais sobre o limão yuzu, veja aqui matéria que saiu na New York Times, em 2003.
Neide, também amo este limão. Ele deixa tudo, absolutamente tudo mais gostoso. Conheço um japonês que tem vários pés no quintal, o "bandido". Posso pedir uma muda pra você. E, me iludir um pouco (esquecer que moro num apartamento), e pedir uma também, pra quando eu tiver um quintal!
ResponderExcluirBeijos
Janaína!
ResponderExcluir´bora lá buscar esta muda. Já!
Eu arrumei agora um quintalzão pra plantar o que quiser - uma praça aqui perto rsss. Faça o mesmo.
beijos,
N
Um pequeno 'off-topic'.
ResponderExcluirNeide tu conheces pilritos?
Neide!!!sempre te comemos com os olhos, que delícia de texto e comidinhas ,eu e o João te acompanhamos bem de pertinho pensando quando em suas andanças virá prá cá.Hoje me surpreendi,e também me senti mais velha!!Parabéns para Ananda,menina sabida!!beijos mil,saudades...Rosa
ResponderExcluir(rmprovinzano@hotmail.com)
Uau, que limão que deu vontade de até chupar. Bj e saudade docê.
ResponderExcluirAnônimo! Pilritos são umas frutinhas do gênero Crataegus, não? Mas nunca vi por aqui.
ResponderExcluirRosa, que bom saber disto - que você e o João estão sempre por perto. Amigos queridos estão sempre por perto. Falarei para a Ananda. Beijos para os seus!
Inês, saudade também!
N
Ah! Eu já estava esperançoso de que você havia encontrado yuzu no Brasil!
ResponderExcluirPude estar com a Hirata-sama no Mesa e provei o chiffon de yuzu… foi amor a primeira mordida. Quero yuzu na minha cozinha agora!
Para fazer molho, deve ser incrível!
Vitor,
ResponderExcluirposso imaginar como deve ter ficado bom o chiffon de yuzu.
Um abraço,
N
Adorei o blog e esta é aprimeira vez que faço um comentário (as modernidades ainda são difíceis para esta "corôa" aqui). obrigada pelas informações sobre yuzu. Eu estou procurando onde comprar. se achar te conto. abr. Henriqueta (henriqueta@terra.com.br)
ResponderExcluirFico muito contente com estes comentários, pois fui criado me deliciando com os pratos que a minha obatian fazia (carne bovina, suína,de frango ,peixe com misso e yuzu,saladas,doce, a fruta seca, aromatizando o udon).
ResponderExcluirLembranças tão boas que me fizeram um aventureiro buscando o sabor da cozinha da minha infância. A fonte era em Bastos,mas os pés já secaram.
Também me candidato à muda.se
É a primeira vez que comento aqui, onde cheguei procurando por yuzu.
ResponderExcluirTenho um pé no quintal de casa, nascido de umas sementes que plantei do yuzu que meu pai "contrabandeou" do Japão.
Não precisei fazer enxerto, só plantei, reguei e sentei... por muito tempo.
É que no Japão dizem: "momo kuri san-nen, kaki hachi-nen, yuzu no oobaka-yarou wa juuhachi-nen" (pessegueiros e castanheiras levam 3 anos para dear frutos, o pé de caqui, 8 anos, e o lerdo do pé de yuzu leva 18 anos). E realmente percebemos os pequenos frutos exatamente 18 anos depois de plantar as sementes. Lembro-me do ano porque foi quando me formei na faculdade...
Olá Neide!! Tenho um pé de limão comprado de um produtor japonês (trouxe a muda de lá), estava procurando a variedade na internet e achei seu post. Acho que é da variedade que vc comentou, maior que o normal, sempre com muito caldo, pode ser até plantado em vaso, mas eu plantei direto na terra, cheio de espinhos gigantes, mas vale a pena, carrega tanto que dá até quase duas caixas, mal acabo de terminar de colher já ficam com flores para outros frutos, o pé é baixinho fácil de panhar, não tem nem dois metros de altura. Comprei de produtor de Biritiba Mirim (SP), se fosse produtora com certeza plantaria essa variedade, nem exige tantos cuidados.
ResponderExcluirObrigada pelo post, mesmo antigo já deu uma luz.
Abçs
Comprei de produtor de Biritiba Mirim (SP), se fosse produtora com certeza plantaria essa variedade, nem exige tantos cuidados.
ResponderExcluir