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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Cheiro-verde de casa
Fotos: Inês Correa
Neide, estava lendo seu post sobre cheiro verde. A introdução está ótima. Lembrei dos seus textos inspirados lá das aulas do Rampazzo (hehe). E depois de come-se quem e tudo o mais tem uma pesquisa muito interessante, viu? Vou deixar lá meu comentário. E aí quando vi aquilo lembrei das fotos que fiz lá em Fartura da sua mãe e do cheiro verde dela que você pediu pra colocar no arroz e dar outra cor e sabor, coloquei no anexo pra você recordar. Inês
Agora cedo vi este email da minha amiga Inês com estas fotos lindas. Talvez ela tenha se lembrado da dona Olga e seu cheiro-verde ontem à noite quando eu também pensava sobre isto enquanto preparava o jantar. Fiquei vendo aquele cheiro-verde pouco e gelado que usaria para temperar o refogado de abóbora madura e me veio o pensamento da quantidade e do frescor. Minha mãe nunca serviu um prato de legume refogado ou de carne ou de favas ou de sopa que não fosse temperado com muita salsinha e cebolinha. Aliás, para usar só uma, só a outra ou o conjunto, ela tem lá seus critérios. Não é aquele minguadinho que eu uso - ou porque a erva amarelou na geladeira ou porque tenho que dividir entre vários pratos ao longo da semana ou porque só tenho um tanto de nada plantado. O fato é que ela usa quantidades generosas e a comida dela é muito mais perfumada e gostosa que a minha. E ela também não se preocupa de picar muito fininho e ainda assim fica bom. Outra diferença gritante é que ela não deixa a salsinha na geladeira nem picada, esperando a comida. A comida pronta é quem espera sua graça. Esta coisa de ser erva-fresca e o cheiro ainda verde, ela encara ao pé da letra. Imagino o que ela diria se alguém lhe dissesse que congela ou seca a salsa. Quando ela precisa, anda alguns passos, pega uma mãozada e pica a erva só quando o prato já pronto, de modo que chegue à mesa ainda com aquele vapor de horta quente regada no fim da tarde. Mas pelo menos a facilidade da horta na porta de casa foi ideia minha. Antes, quem estivesse ali dando sopa na cozinha aberta em volta do fogão de lenha comendo um amendoim torrado, assando uma banana na chapa, conversando e rindo enquanto o almoço não saia, tinha que largar tudo resmungando, obedecer às ordens da cozinheira e andar uns 500 metros até a horta, chovesse ou fizesse sol, para buscar o cheiro-verde fresquinho e as folhas para a salada - que o molho de limão rosa já estava pronto. Convenci-a de que, em vez de roseiras, poderia ter um jardim de saladas e ervas na frente da cozinha. Achou estranho, mas aceitou por fim. Poxa, isto melhorou a vida de todo mundo, incluindo a do meu pai que tem que regar a terra toda a tarde.
11 comentários:
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Nossa Neide, se imaginasse que você postaria teria pensado melhor ainda no que escrevi. Mas você foi na mosca, lembrei mesmo da Dona Olga. E lembrei também agora de outra foto que fiz e a mão dela cheia de cebolinha fresquinha, dá pra ver no meu blog, lembra?
ResponderExcluirhttp://corpoemimagem.blogspot.com/2009/07/corpo-produtivo-fotografia-ines-correa.html
Saudades daqueles bons momentos. Ainda bem que ficam as memórias fotográficas. Bj
Neide,
ResponderExcluirQue maravilha esta "parceria" com sua amiga Inês... ganhamos nós, leitores gulosos do seu blog ... Lindas fotos do que há de mais autêntico na cozinha do interior do Brasil. Cheguei a sentir o cheiro da cebolinha fresquíssima sendo picada ...
marlene
Neide,que fotos lindas esta da Inês,dá uma baita saudade daquela comida deliciosa da dona Olga,feita com tanto capricho.Parece um sonho que estivemos lá!beijo querida.
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirParabéns pelo blog...
assim q der um tempinho de uma passadinha em
http://paulacavequia.blogspot.com
lá vc vai encontrar mtas receitas e novidades sobre culinária...
participe deixando suas criticas, sugestões, opiniões...
Que fartura de cheiro verde! Aqui houve uma moça que sabia colocá-lo assim nos pratos, com abundância. Não consigo que dê certo como ela.
ResponderExcluirE ao servir ela dizia "Bom apetite!" com um ar de felicidade que todo dia me encantava e alegrava.
Querida Neide:
ResponderExcluirando meio corrida esses dias, mas sempre arrumo um tempinho de espiar por aqui. Não tinha ainda comentado sobre o cheiro verde dessas bandas de cá, mas ao ver essas fotos da Inês, decidi me atrasar um pouquinho na saída pra aula e dizer que "come-se" com os olhos também neste blog! aff... tou cada dia mais encantada!
a propósito: em quase todos os Estados do Nordeste o CHEIRO VERDE é coentro com cebolinha(independente se litoral ou sertão)uma vez que não tivemos influência das migrações onde a salsinha é mais utilizada que o coentro.
bjs
OI
ResponderExcluirQue delicia
sou sua fã
as fotos das receitas,
deixa a gente com fome.
Beijos...
Lúcia.
A vida é feita de recordaçoes, de qq natureza...
ResponderExcluirUma musica que recorda um episodio ou uma fase da vida.
Um cheiro que nos transporta no tempo.
Ou mm o jeitinho com que alguém picava o seu cheiro verde.
No meu caso, isto me recorda o meu avo Luis. Que picava o danado, e com tal maestria, que ninguém nunca conseguiu repetir...
E na ponta da faca, digo.
Rss.
Bjs!
Neide, cê sabe que curiosidade mata, né? Então PELAMORDEDEUS, que é aquilo larnja no escorredor junto com as ervas??
ResponderExcluirBEIJOS!
Amanda,
ResponderExcluiré tomate de árvore ou tamarillo.
Uma delícia!
bjs,n
Neide, aquela mão é da sua mãe? Linda! Tudo o que uma mão dessas prepara deve ser mesmo delicioso. Bjs!
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