terça-feira, 19 de maio de 2009

Do Projac para o Mercadão


Da esquerda para direita: Marcos Nogueira, eu, Filipe Miguez, Luiz Henrique Nogueira, Eduardo Farias, Marcello Anthony e Laís Pimentel.
Meu amigo Filipe Miguez, do Rio, estava aqui neste fim de semana e quis conhecer o Mercadão. Combinei que nos encontraríamos lá. No meio do caminho, quando eu já estava na porta, ele ligou para saber como estava o movimento, porque alguns amigos etavam indo juntos, entre eles o Marcello. O Anthony. Podem vir, que o movimento está tranquilo. Levando em conta que desci do metrô São Bento e desci a Ladeira Geral andando a passinhos curtos, num fluxo contínuo e sem chance de ultrapassagem, estava tranquilíssimo o movimento ali. Mas foi só dar mais uns passos para eu ver que estava totalmente equivocada. Não dava mais tempo. Aquilo não é mais um mercado de paulistano, é um deus-nos-acuda de turista. Para galã global, então, nem pensar. Coitado do Marcello. E coitados de nós que estaríamos com ele.
O bonitão (e bota bonito nisto) achou que poderia andar por aí, lindo, leve e solto, como simples mortal. Teve que andar meio cabisbaixo, de óculos escuros, no meio de nós. Mas nem uma burca seria capaz de disfarçá-lo e livrá-lo dos flashes amadores e celulares indiscretos para que pudesse comer em paz. Ele vai passando e deixando um murmurinho entre os clientes de frutas, um cochichinho de vendedoras atrás do balcão, um assanhamento de garçons e uns gritinhos lá longe. Comemos faláfels e quibes no Raffoul lotadíssimo. Comida bem sem-gracinha, mas foi onde deu pra sentar. Como estávamos em boas companhias e o chope estava gelado e cremoso, enquanto conseguimos conversar, foi bom. Os amigos do Filipe, todos cariocas do Projac, atores, produtores, são simpáticos e divertidos (o Filipe é dramaturgo, roteirista da novela e foi um dos que escreveu Senhora do Destino - escreve lindamente, mas suas mais lindas falas estão nos emails que me escreve, que já daria um livro, todos aqui guardados como preciosidades).
É claro que o Marcelo Anthony teve que ficar quieto num canto enquanto fomos visitar o Mercado gozando do privilégio do anonimato. Mas confesso que fiquei irritada com muitas coisas. Fazia algum tempo que não ia lá e queria aproveitar para ver as frutas nativas para a aula no Paladar - Brasil. Também queria ter tido a calma necessária e a facilidade de locomoção dentro do mercado para mostrar algumas coisas interessantes para o Filipe. Impossível naquela muvuca.
Sendo ou não sendo Marcello Antony, aquilo não é mais programa para cidadão paulistano, pelo menos aos sábados. A fila para o sanduíche de mortadela com absurdos 400 gramas de recheio está cada vez maior. E as pessoas cada vez mais enlouquecidas. Para conseguir mesa as pessoas se jogam sobre elas. Mas voltarei lá qualquer dias às 7 da matina de uma segunda-feira.
Quando fiz um livro sobre o Mercado há uns 5 anos com os amigos Walter Falceta, Juraci de Souza e Geni Kikuta (Mercado Muncipal de São Paulo, 70 anos de cultura e sabor - abooks editora, com prefácio da Nina Horta, esgotado), os boxes eram concessões que passavam de pai para filho. Sendo assim, nem que hoje haja pagamento de aluguel ou condomínio, nem que seja caríssimo, nada justifica vender o quilo da pitaia a R$ 120,00 (a amarela; já a branca e a rosa são bem mais baratas - uma, R$ 70,00 e a outra, R$ 90,00) ou de achachairu a R$ 59,00 o quilo, num ponto movimentado como aquele. Endoidaram.

Bem, comprei achachairu para a aula. O Filipe levou um tanto para o Rio, deixou saudade, um ossinho para Dendê e ainda uns livros de presente. E da próxima vez arrumaremos um disfarce de carregador ou office boy de estaleiro para o Marcello Anthony, que está em cartaz em São Paulo com uma montagem de Nelson Rodrigues.
De lambuja, a entrevista do Marcello no Jô




5 comentários:

  1. Dê um pulinho lá no blog. Convite para você! Beijos, Lara

    ResponderExcluir
  2. Neide, saudades. O Marcelo lindo? Linda sou eu! Fiz uns comerciais com ele que é uma COISA.Além de LINDO é muito simples, né? Mercadão aos sábados não dá mais.Melhor durante a semana. E aos sábados os preços sobem e muito!!!! Bjocas

    ResponderExcluir
  3. Mercadão? O que é isso???

    Neide moro em uma cidade que tem um único mercado, valores altos por não ter concorrentes... Mas quando eu e meu marido viajamos a Pelotas volto carregada, aqui por exemplo só se encontra uma única marca de cacau em pó...

    Mas vc estava bem acompanhada mesmo.... Que invejinha... Mas minha querida passei aqui para avisar que como já comentei cheguei ao "come-se" graças ao chuchu e hj fiz uma friturinha aqui em casa, fiz a receita aqui do blog de chuchu empanado, menina que delícia...

    Um beijo

    ResponderExcluir
  4. Impossível mesmo ir no Mercadão aos fins de semana, uma pena... saudades dos bons tempos...
    bjs
    Andréa

    ResponderExcluir
  5. Neide,
    Eu nunca comi Pitaya, mais a polpa me lembra muito a "Tuna" tambem fruto de um cactus que eu comia muito quando morava na Bolivia.
    Sementes pretas e crocantes.
    Um sabor super refrescante e um cheiro de flor irresistivel.
    A casca e cheia de pequenos espinho, quase uma peluza bem fininha mais que quando entra embaixo da pele doi pra caramba.
    Quando voltar ao Brasil vou ver se provo da tal Pitaya.

    Bom fim de semana pra voce.

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar. Se você não tem um blog nem um endereço gmail, dá para comentar mesmo assim: É só marcar "comentar como anônimo" logo abaixo da caixa de comentários. Mas, por favor, assine seu nome para eu saber quem você é. Se quiser uma resposta particular, escreva para meu email: neide.rigo@gmail.com. Obrigada, Neide