Foi ontem, como o nosso dia de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes. Calhou de eu ser convidada justo para a comemoração mexicana do dia da Candelaria e não poderia perder a oportunidade, pois adoro comida mexicana (e de qual mesmo eu não gosto?). E foi lá na casa da Maria Eugênia, consulesa do México, que gentilmente abriu as portas de sua casa para mostrar seus famosos presépios e nos presentear com comidinhas típicas. A festa representa o fim das comemorações natalinas. Afinal foi neste dia, 40 dias depois do nascimento do Menino, que, segundo a tradição judaica, ele foi apresentado ao templo, onde foi reconhecido como Messias pelo ancião cego Simeón.
Então, até hoje, a data é comemorada levando-se a imagem do menino Jesus com lindas roupas para ser abençoado na Igreja. É nesta data também que se guardam os presépios para o próximo Natal (e neste quesito Maria Eugênia tem sempre um trabalhão, afinal é colecionadora de presépios do mundo todo - das centenas que possui, ontem só estavam expostos 26!) e se oferecem tamales que, do nauhatl, quer dizer bem embrulhado. São como nossas pamonhas, só que feitos com masa harina, uma farinha de milho obtida de um jeito especial - os grãos duros de milho branco são pré-cozidos e deixados de molho em água com cal. Só então são socados e usados. Ou, no caso das versões modernas e instantâneas, desidratados e vendidos nos mercados como harina para tamales. E, ainda como nossas pamonhas, também podem ser recheados com carne de boi, de porco ou de frango. Tudo, claro, bem apimentado.
Outro costume relacionado à data foge um pouco das tradições judaico-cristãs e têm a ver justamente com o milho. É nesta data, 2 de fevereiro, que os indígenas também levam para benzer suas espigas a serem usadas na próxima semeadura para que rendam uma boa safra. E neste dia ainda eram abençoadas as velas ou candelas (daí, Candelária). Da última vez que vi Maria Eugenia, levei a ela uma mudinha de erva-de-santa-maria ou epazote - sobre a qual falei ontem, e fiquei feliz em ver a mudinha viçosa ontem na jardineira do apartamento. Comes e bebes mexicanos (aqui, uma pequena mostra entre outras delícias que comi e não fotografei)
Margarita de tamarindo (receita fornecida por Maria Eugenia Cova)
1 xícara de suco concentrado de tamarindo
½ xícara de Tequila branco
¼ de xícara de Cointreau
Suco de 2 limões
Gelo picado
Açúcar ou xarope de açúcar
Margarita de tamarindo (receita fornecida por Maria Eugenia Cova)
1 xícara de suco concentrado de tamarindo
½ xícara de Tequila branco
¼ de xícara de Cointreau
Suco de 2 limões
Gelo picado
Açúcar ou xarope de açúcar
Para decorar o copo
Suco de limão
Sal
Corante vegetal alimentício (opcional)
Numa coqueteleira, misture todos os ingredientes e sirva nos copos decorados. Para decorar: misture o sal e o corante, se for usar, e coloque numa travessa. Umedeça as bordas dos copos com limão e emborque-os sobre o sal.
Rende: 2 porções
Nota do Come-se: você pode deixar uma jarra com suco de tamarindo já temperado com açúcar e limão e fazer os drinques direto nos copos, servidos com mexedores decorativos. Foi isto que Maria Eugenia fez e deu muito certo. Pode também substituir o tamarindo por morango. Eu fiquei no tamarindo. Muito bom.
Tamales: com palha de milho os de frango; com folha de bananeira os de porco e molho verde. Sobre as folhas é espalhada a massa de milho coberta com recheio de carne ou frango com molho. Depois, as folhas são embrulhadas e amarradas e os tamales cozidos no vapor.
"Quesadillas de chipotle com queijo Oaxaca, feitas com tortillas de massa de farinha de trigo temperada com pimenta chipotle (jalapeño seco e defumado). Normalmente tortillas de farinha sãoo maiores que as de milho, se colocam na chapa para esquentar e antes de ficarem torradas se coloca encima queijo Oaxaca desfiado (veja abaixo), depois se dobram como omelete, virando-as para que o queijo derreta. Eu as servi cortadas em metades”. Maria Eugenia Cova
"O queijinho Oaxaca é um queijo branco e meio duro de origem mexicana, chamado também de queijo “asadero”. É semelhante ao queijo mussarela, mas o sabor é muito mais suave. É típico principalmente da região dos vales centrais do estado de Oaxaca, seu local de procedência. É utilizado na elaboração das quesadillas, que são torillas com queijo ou qualquer outro ingrediente. É feito com leite de vaca integral. O processo de produção é complicado e implica esticar o queijo em tiras longas e depois enrolá-las pra fazer uma bolota. Podem-se fazer rolos menores e de distinto peso."MEC
Tequeños: estes rolinhos recheados com queijo e fritos são típicos da Venezuela, terra natal da Maria Eugênia. Aqui, a receita dada por ela: Tequeños (receita de Maria Eugenia Cova) Ingredientes
330 g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento químico em pó
1 colher (chá) de sal
330 g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento químico em pó
1 colher (chá) de sal
1 ovo e 1 clara
2 colheres (chá) de açúcar
120 ml de água
Queijo cremoso cortado em tiras (use opcionalmente queijo coalho ou minas curado) Modo de fazer
Misture a farinha com o fermento e o sal e reserve. Numa tigela, bata o ovo com o clara, açúcar e água. Adicione pouco a pouco a farinha, misturando, até formar uma massa homogênea. A massa não deve ficar muito dura. Deve ser maleável. Estique a massa sobre uma superfície ligeiramente polvilhada com farinha até formar um retângulo relativamente fino. Corte em tiras de uns 5 centímetros de largura. Coloque o queijo no centro e enrole formando palitos com mais ou menos 7 centímetros. Corte e sele as emendas. Se for preciso, use um pouquinho de água. Se não for bem fechado, o queijo sairá no momento de fritar, manchando o azeite e ficando com a massa oca. Pode deixá-los repousar durante cerca de meia hora ou congelar para serem fritos quando quiser. Frite em azeite quente e sirva.
120 ml de água
Queijo cremoso cortado em tiras (use opcionalmente queijo coalho ou minas curado) Modo de fazer
Misture a farinha com o fermento e o sal e reserve. Numa tigela, bata o ovo com o clara, açúcar e água. Adicione pouco a pouco a farinha, misturando, até formar uma massa homogênea. A massa não deve ficar muito dura. Deve ser maleável. Estique a massa sobre uma superfície ligeiramente polvilhada com farinha até formar um retângulo relativamente fino. Corte em tiras de uns 5 centímetros de largura. Coloque o queijo no centro e enrole formando palitos com mais ou menos 7 centímetros. Corte e sele as emendas. Se for preciso, use um pouquinho de água. Se não for bem fechado, o queijo sairá no momento de fritar, manchando o azeite e ficando com a massa oca. Pode deixá-los repousar durante cerca de meia hora ou congelar para serem fritos quando quiser. Frite em azeite quente e sirva.
Muito interessante este seu post.Com cores, perfumes e sabores que podemos bem imaginar...Adorei. Talvez por me ter feito lembrar a comida mexicana que provei este Verão em San Diego onde passei uns dias maravilhosos com os meus Nètinhos e seus Pais, que lá trabalham.Bjs. Bombom
ResponderExcluirInteressantissimo, e concluido que a traduçao da festa da Chandeleur daqui entao é Candelaria ! bjinhos
ResponderExcluiradorei seu blog!! Também moro aqui no México, em Puebla... Vim estudar aqui por uns meses. Vivi tb com os mexicanos o dia da candelaria, fizeram uma feira no bairro, comemos tamales (e os amigos que tiveram a sorte de tirar o menino Jesus da rosca, pagaram pra tds...rsrs).
ResponderExcluirMto bom, já estou te seguindo!
Beijosss
ola Neide,muito interessantes as suas receitas e comentarios,eu tenho uma duvida de qual a quantidade de folhas que eu usaria para fazer o batido com leite,digamos, para 2 copos de leite quanto devo usar da folha de mastruz,aguardo sua resposta,, obrigado, george
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