As estantes são entulhadas de objetos pitorescas que servem para enfeitar e puxar papo
Eu, entre mãe e filha. Dona Humbertina está aqui com cara de brava, mas é falante e alegre. E Mônica é uma simpatia. E as duas têm uma relação invejável de afeto e respeito.
O almoço foi singelo, mas muito gostoso. Com duas cervejas e o resto de um frango inteiro pra viagem, 20 reais.
No sábado, Marcos e eu fomos a pé até o Mercado da Lapa comprar peixe. Passamos em frente ao Armazem Brazil, um boteco/ restaurante que sempre me chamou a atenção por causa da estante entulhada de objetos e toalhinhas. O frango de televisão estava cheiroso, dourado. Mas mal havíamos terminado de tomar café, então perguntamos até que horas funcionava e prometemos voltar. Na volta já passavam das 16 horas e o lugar estava vazio. O self service já tinha terminado, mas o frango assado com batatas ainda dourava na vitrine. Com uma cerveja gelada, não precisava mais nada. E lá fomos nós comemorar 25 anos de traposjuntos sem nenhum glamour nem programação. Como não havia mais ninguém, nosso presente maior foi conhecer a dona Humbertina e sua filha Mônica, que nos atenderam como se fôssemos da família. Dona Humbertina, 68 anos, nasceu ali perto e nunca morou fora da Lapa. O Armazém era do seu avô italiano e sempre foi neste mesmo prédio, que ele mesmo construiu há cerca de 100 anos. Fica num lugar gostoso, num largo em frente a uma banca de jornal, uma igreja e uma padaria. Seu Humberto era o marido, que morreu há um ano e meio e deixou a saudade e vários objetos na estante. De vez em quando eu passava ali em frente e via uma coisa diferente na estante. Uma vez havia um cruá, do qual já falei aqui. Parei pra perguntar a razão de estar ali e ele me disse que era um tipo de maracujá que dava no sítio, que achou bonito e deixou em exposição. Mas era um cruá. Fora este contato, nunca tinha parado antes para conversar. Desta vez falamos bastante, o suficiente pra saber que dona Humbertina já foi professora, já teve escolinha; que a Mônica, a filha, fez hotelaria (aconselhei-a a fazer gastronomia e assumir pra valer o lugar, que vive lotado durante a semana, atentendo trabalhadores da região); que outra filha é advogada e que as netas já são formadas, lindas e ótimas dançarinas. Ah, e que o bar já foi locação do filme "Veias de Vinhos", de João Batista de Andrade.
Quando dona Humbertina descobriu que comemorávamos nossos 25 anos de convivência, puxou um vaso de flor do balcão e nos deu de presente. Foi um almoço especial. E, claro, a comemoração continuou... Armazém Brasil
Onde: esquina da rua Antônio Raposo com Domingos Rodrigues, na Lapa.
Oi,
ResponderExcluirmas que passeio legal! Amei o armazem. Gostei muito da postagem e do blog. Parabens,
Claudia
Olha você aqui (número 61): http://www.saveur.com/article/Our-Favorite-Foods/Saveur-100-2009-List
ResponderExcluirParabéns!
bjo
Neide, você que é uma pessoa que pesquisa muito sobre os ingredientes brasileiros, saberia me dizer se a groselha baiana tem parentesco com a groselha européia? A baiana é branca e parece fisicamente com uma pitanga/acerola. Quando passa pelo calor da panela vai adquirindo a cor avermelhada.
ResponderExcluirbjo.
Parabéns pelos 25 anos e parabéns pela aparicao na Saveur!
ResponderExcluirChique heim!
bj
Olá, achei seu blog através do "chucrute com salsicha" e gostei mesmo. Você poderia me fazer a gentileza de explicar o que seria esse tal movimento slow food, pois, a princípio, me interessa ?
ResponderExcluirObrigada. Beijos.
PARABENS!!!!!! Gostei de ver vc na Saveur....que chiquérrima!!!
ResponderExcluirContinuo esperando a sua ligaçao pruma visitinha aqui em Pirapora...será que vc e Marcos não se animam esta semana? O tempo está lindo e a gente poia almoçar e aproveitar uma piscina.... me emeile, ok?
esses armazéns são maravilhosos não? beijos, pedrita
ResponderExcluirNeide,
ResponderExcluirQue espaço boommmm esse seu menina!!! Entrei através do google (procurando preparos com carne seca, tava cansaaada, então joguei na imagens e...tchammm, lá tava vc...rs) Gostei muito mesmo viu? Escrevo umas coisinhas mas nada de culinária (ainda!) Me aposento esse ano e quem sabe possa me deliciar nesse novo universo?
Escreva sempre! Me senti partilhando do mesmo almoço e celebrando seus 25 anos com singeleza e carinho, viu?
Parabéns querida! To colocando nos meus favoritos.
Beijão da Chris
http://chrispaiva.zip.net/index.html
Pra quem não leu:
ResponderExcluirhttp://www.chucrutecomsalsicha.com/archives/2009/01/super_vip.html#comments
"A Saveur—uma das melhores revistas de gastronomia dos EUA colocou Neide Rigo, na sua lista dos 100 melhores home cooks do MUNDO!"
Que bonita a foto sua com a D. Humbertina! Ah, e que linda blusa, é da Paraíba?
Meus cumprimentos pelos 25 anos e pela indicação, muito merecida. E o agradecimento por oferecer tanto conhecimento junto a tanta amabilidade.
Parabéns Neide querida!
ResponderExcluirQue bonita estás de branco e rendas. Ê que história linda vc encontrou! E nos contou.
Feliz Ano Novo e Até Breve na Lapa!
Abraços,
Fabiana e PC Toledo
!!! ; ) !!!
Parabéns Neide querida!
ResponderExcluirQue bonita estás de branco e rendas. Que belíssima noiva! E que história linda vc encontrou! E nos contou.
Feliz Ano Novo e Até Breve na Lapa!
Abraços,
Fabiana e PC Toledo
!!! ; ) !!!
As três gérberas do vaso seriam vocês dois e a Ananda ?????
ResponderExcluirFelicidade a vocês, andanças,comilanças, divertimentos, clarinetes e orquestras.
Devagar, bem devagarinho, mas sempre e intensamente.
Beijo.
Nossa Neide...
ResponderExcluirAinda bem que tem vc desbravando os lugares que costumamos olhar com curiosidade e...sò!
Qdo for a SP devo elencar um monte de sugestao sua e encarar uma maratona.rsss
E meus parabéns por vc poder estar a comemorar os seus 25 anos de convivencia com satisfaçao!
E mais ainda, por ser em um lugar bom, meiguinho e simples assim, que espelha que o que conta mais sao vcs dois, mm!!
Eu, que convivi 30, sei do que estou falando...
Um abraço forte e felicidades!
Obrigada, Claudia.
ResponderExcluirE, Nina, obrigada pelo link. Nina, a groselha baiana, com aquelas sementes estreladinhas, não devem ser parentes da pitanga, não. Pelo menos o pé não se parece. Tenho uma muda plantada no sítio. Espero que frutifique em breve pra saber se comprei a muda certa. Já comi delas cristalizadas, uma delícia, super azedinhas. Mas imagino que não sejam sequer parentes da groselha européia. Vou perguntar para o Beto Pimentel.
Obrigada, Marcia!
Alessandra, volte sempre! E escreva no meu email neide.rigo@gmail.com e a gente conversa sobre o Slow Food.
Silvia, obrigada, vou falar com o Marcos.
Chris! Que bom que chegou até aqui. Obrigada pelo comentário. Vou lá visitar seu blog.
Silvia-BH, obrigada pela amizade. Ah, a blusa deve ser de algum ponto do nordeste, mas comprei num brechó.
Obrigada, Fabiana e Pedrita!
Ana, nem pensei nisto. Mas faz todo o sentido do mundo.
Clau, quando vier pra cá, me avise.
Um abraço,
N
Oi Neide, é a Mônica do Armazém Brazil, falo em nome da minha mãe tabem, simpliesmente amamos tudo o que voce mostrou, que bom que voces tenham gostado, afinal minha mãe trata todos desse jeitinho mesmo, igual filhos.
ResponderExcluirEla diz que são filhos que vieram vizitar sua mãe, ela é assim mesmo, quando gosta , gosta de verdade e se não gosta fala na mesma hora, sem cerimonia.
Gostariamos de convidar voce e seu marido, para almoçarem em 1 domingo qualquer para conhecer as nossas massas, que são fabricadas lá mesmo e nossos doces que são feitos pela mamuska. Apareçam por lá, beijos e obrigada o seu blog é além de muito imformativo é divertido e muito bem ilustrado parabéns.
Ah adoramos ver o filme postado no blog ótima idéia.
Mônica,
ResponderExcluirEu que adorei conhecer vocês, tão especiais. Pode deixar, que vamos sim conhecer as massas artesanais. Obrigada pelo convite. Um beijo, N
Sei que o post é antiguinho, mas não resisti e tive que comentar... rs.
ResponderExcluirConheço a Dona Humbertina desde que eu era bem pequenininha e devo dizer que ela é realmente um doce de pessoa. Tem sempre um abraço de mãezona pra acalentar e acomodar todos que têm a sorte de conhecê-la.
Fico feliz em ver o reconhecimento do trabalho de amor que ela desemprenha todo santo dia.
Kaká Egute - Ótica da Lapa - SP
Kaká!
ResponderExcluirObrigada pelo depoimento. Isto só reforça minha admiração pela dona Humbertina.
Um abraço, N
Oi, Neide!
ResponderExcluirmoro no Sul, mas passei a infância no Rio, onde groselha era uma frutinha fácil de achar, e eu adorava, mas a "minha groselha" era similar à pitanga, e por aqui só se acha a redonda. No seu blog reencontrei a groselha da minha infância, e, juro, cheguei a me emocionar.
Você não sabe de alguém que venda mudas, ou a polpa, ou em conserva, ou qualquer coisa desta groselha da qual eu tenho tanta saudade?
Qualquer informação que você puder me dar, por favor, eu agradeço!
Um abraço,
Ana.