quinta-feira, 15 de maio de 2008

Barrigas de freira


Foto do buffet, emprestada pela Nina

Na postagem de terça-feira sobre a degustação de pêssegos na casa da Nina Horta, mencionei os docinhos portugueses chamados de barrigas de freira. No meio da pizza chegou um portador do buffet Ginger trazendo o presente de dia das mães para ela, com cartão carinhoso. A encomenda grande era para uma festa do Ginger - para quem não sabe, além de ser a musa inspiradora de muita gente que escreve, Nina Horta é também dona de Buffet junto com a Andrea Rinzler e capricham nas festas de gente de bom gosto. Mas uma das caixas era presente pra Nina e, de quebra, quem estivesse por coincidência boa do destino lá naquela hora (Dulce, Marcos, Ananda e eu). É claro que ela ficou emocionada e nós, alegres pois teríamos de sobremesa mais que pêssegos de lata. Mas a caixa era grande e não é para se comer muito, de modo que deixamos ainda bastante para o domingo das mães. A Ananda perguntou se podia mastigá-lo, já que é feito com hóstias. De verdade, acho que o biscoitinho fino e branco como papel deve servir apenas para acobertar aquele doce cremoso, doce bem doce, amarelinho, perfumado. E nos inocentar do eventual pecado que é comer itens condenados pela nutrição - gemas e açúcar. Mas é só comer de joelhos, morder em bocadinhos e esperar que derretam na boca. Um ou dois comidos assim não é pecado, não. Chega-se até bem perto do céu.
Veja aqui a Nina falando deles numa crônica e dando endereço de quem faz, no Rio. Hoje já não vêem de taxi, mas chegaram intactos. O preço também não deve ser o mesmo, mas não devem ter aumentado muito. Lá embaixo estão os telefones.
COMER COM DEVOÇÃO
Por: Nina Horta

Só as monjas faziam doces e papeizinhos recortados como os que se usam agora, novamente. Não há festa de casamento sem doces, sem mesa de doces de pegar com a mão, com fôrmas de todos os jeitos. São lembranças das antigas mulheres de convento, que, rezando, recortavam com tesourinha os papéis e embrulhavam os doces, trabalho de chinês com dentista, de tão delicado. Ressuscitaram, andam às soltas em São Paulo, competindo feio com as monjas de antanho, mas num sistema quase industrial.
Temos duas freiras que trabalham para nós, muito malucas, deveriam ser tombadas como as últimas espécies do Brasil. É brincadeira, são doceiras, simplesmente, Mônica e Naná, moram no Rio, fazem barrigas de freira, o nome do doce vem, supostamente, de barriga de freira não tomar sol nunca. As de Copacabana, sabe-se lá. A hóstia é dobrada como um pastel e recheada com doce de ovos, de uma amarelo claro, sombreado pelo marfim da cobertura. Existe mais gente que faz o mesmo doce, portuguesas geralmente. Mas os doces de Mônica e Naná não têm nada a ver com estes que vemos por aí, ou alguma vezes comemos nos restaurantes do Rio. Duram dois dias no máximo, são absolutamente perfeitos, feitos de madrugada e, adivinhem se é possível, trazidos de táxi por uma delas até São Paulo. Não, não é de avião, pois não poderiam vir abraçadas às caixas, é de táxi, mesmo. Chegam aqui lá pelo meio-dia (só atendem a pedidos mínimos de mil doces), preparam as bandejas, asseguram-se que nada quebrou, que vai ser servido naquele dia mesmo, e lá se vão embora no táxi que espera na porta! Já imploramos para que mandassem, de táxi que seja, mas mandassem, nós arrumaríamos as bandejas. São de uma teimosia portuguesa arquetípica, ciosas da excelência. Admiro as duas e dou a São Paulo o nome e telefone, pois não merecem ficar escondidas dos paulistas, e nós ganhando os elogios com a mão do gato. (Mônica e Naná, tel. 0/xx/21/ 2557-4076 ou 0/xx/21/2556-3460). De nós cobram R$ 2,50 por doce, sem embalagem.


Reprodução parcial da crônica publicada no Jornal Folha de São Paulo
Caderno Ilustrada, em 15 de dezembro de 2005




Estes foram pro papo depois da pizza


Olhe o capricho: separados por papéis de seda
Os docinhos podem ser encontrados também nas festas feitas pela Nina e Andrea:
Buffet Ginger
buffetginger@uol.com.br Fone/Fax: 55 11 3816-2612

6 comentários:

  1. Oi querida!
    Já há muito tempo que não a via por aqui. Sou de recoradar.voce. Já não tenho este blog. Desfiz-me dele e comecei uma vida nova depois de ter visto a minha vida por um fio.
    Gosto imenso de "barrigas de Freiras". Aqui, realmente, come-se bem. Eu gosto de vir ver as novidades. Você é espactacular.
    Beijinho da Isa

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  2. Que doce mais diferente, adorei a decoração feita com ele.
    Bjs

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  3. Neide, adoro comidas feitas com hóstia,na Alemanha adorava comer as "Karlsbader Oblaten"(Oblaten=hóstia),que são umas hóstias grandonas,esta massa finíssima e crocante,medem uns 18-20 cm e tem um finíssimo recheio de nozes e amêndoas entre elas,são deliciosíssimas,pena que aqui nem em sonho,beijo!

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  4. Mariângela,
    eu nunca tinha comido estes docinhos com hóstias. Prazer em conhecer, Karlsbader Oblaten. Deve ser muito bom.

    beijos,n

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  5. Caso vc trabalhe com docinhos finos e mini-bolos para festas, sou uma produtora de Hóstias.
    (Hóstias Sant’ Ana). Estou em Santo André – Sp, e envio para todo S.Paulo – Brasil.
    Produzo vários tamanhos, cores e sabores..
    Diâmetro: 3,3 – 3,6 – 4,0 – 7,0 – 8,0 – 10,0 - 13,0 e 15,0 cm.
    Caso queira me contatar para conhecer nossos preços, estou à disposição.
    Grata.
    Ana Maria
    Hostias Sant´Ana
    ana.avella@terra.com.br
    www.hostiassantana.com
    (11) 25643748 – 49963748
    (11) 84576308

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  6. Hóstias para Doces.

    Informamos aos nossos amigos/as e clientes, que devido à problemas do provedor, as Hóstias Sant Ana se encontre em novo site eletrônico.
    Site: http://www.wix.com/hostiassantana/docesfinos-pratosexoticos
    Algumas páginas ainda estão em construção novamente, mas caso queiram nos contatar, a partir de hoje estamos à disposição.
    Grata
    Ana Maria Avella
    Hostias Sant´Ana
    ana.avella@terra.com.br
    hostiassantana@bol.com.br
    http://www.wix.com/hostiassantana/docesfinos-pratosexoticos
    (11) 84576308
    (13) 81316952

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