terça-feira, 6 de maio de 2014

Presentes cearenses

Hermano e Manoela vieram do Ceará passear em São Paulo e nos visitar. Foram nossos hóspedes abandonados à própria sorte e felizmente se sentiram muito íntimos aqui em casa de modo que se viraram sozinhos tanto pela cidade quanto na cozinha. Tivemos que ir a Piracaia enquanto eles percorriam o bairro da Liberdade, visitaram mercados, lojas, foram explorados no Mercadão (40 reais uma fruta?) etc. E enquanto estivemos juntos tiveram que ver duas oficinas minhas no Sesc, uma no começo e outra no final da estadia deles por aqui. E ainda ajudaram a arrumar as tralhas, fazer plaquinhas, arrumar cozinha. Para completar toda a  gentileza da visita, cozinharam pra mim no sábado enquanto eu me preparava pra aula que daria no dia seguinte. Quer amigos melhores que esses? Já apareceram no Come-se, lembra-se?

O bom é que no pouco tempo que passamos juntos, rimos bastante, trocamos figurinhas, comemos e bebemos. Hermano é professor de gastronomia na Universidade Federal do Ceará e tem gostos e interesses muito parecidos com os meus, então a gente aprende e descobre coisas um com o outro o tempo todo. E Manoela que nem é da área também é inventiva - criou, por exemplo, uma manteiga e um azeite de trufas que ficam iguaizinhos aos comprados, só que feitos com cogumelo shiitake desidratado e moído.  No jantar que fizeram pra mim e pro Marcos, usaram a manteiga junto com cogumelos frescos para servir com macarrão.  Para acompanhar, queijo Canastra ralado com raspas de limão-cidra, que trouxeram de presente. Ficou divino.

Refrigerantes naturais com limão-cidra e hibisco. Manoela conferindo. 
O mesmo limão virou refresco com água com gás. O hibisco seco que lhes dei de presente também fez um refresco delicioso temperado com ervas do meu quintal e misturado com água gasosa. Tudo improvisado pela Manoela. 

Hermano virando os bolinhos de queijo
Antes do macarrão, comemos bolinhos de queijo com goma inventados pelo Hermano e feitos naquela minha frigideira de takoyaki. Basta misturar ovos com polvilho e pedaços de queijo. Ele colocou também pimenta. Mas vou deixar pra falar mais dele no quinta sem trigo. É uma ótima opção aos pães tradicionais e muito mais fácil que fazer um verdadeiro pão de queijo.  

Castanha e caju - separados no nascimento. Processados, juntos para sempre
Entre os presentes da mala, panela de cerâmica rendada da comunidade de Cascavel, coador de pano com cabinho de madeira, castanha de caju e caju passa (pra comer juntos), manteiga de garrafa, azeite de "trufa", limão-cidra (tão bom quanto o siciliano), queijos de coalho e manteiga, pilão e devo estar esquecendo itens. 

Agora é torcer para que nos encontremos em breve com mais tempo para usar a panela de barro e todos os ingredientes cearenses que me caem tão bem.  E para que eu tenha sempre perto de mim pessoas queridas como Hermano e Manoela. 

Panela de Cascavel 

4 comentários:

Livia Barros disse...

Boa Noite!

que amigos maravilhosos, sera que a Manoela passaria a receita da manteiga e do azeite? tem algum truque??

Obrigada

Adoro sua pagina

Olivia disse...

Neide, a panela-frigideira de takoiayki a gente encontra na Liberdade?

Neide Rigo disse...

Livia, postarei em breve, pode deixar. Sim, são maravilhosos, agradáveis e generosos.

Olívia, sim, na rua dos Estudantes. Não me lembro em que loja. Tem vários modelos.

um abraço, n

Maria das Graças disse...

Neide, essa linda panela me fez voltar ao tempo quando menina passava as férias em Pindoretama, cidade onde nasci, ali do lado de Cascavel. Lá em casa tinham panelas e gamelas lindamente desenhadas.