quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Bolo de taro

Ou quinta sem trigo 57. 

Outro dia, dei aqui o bolo de mangarito, baseado no yam cake, or kuih (sendo or, taro e kuih ou kueh, bolo) popular na Malásia e Singapura. Taro é o que chamamos no Sul e Sudeste de inhame. Pois só agora fiz a receita certa. Se bem que o mais comum é usar o taro roxo, como o que tínhamos em Fartura, mas além da cor não há diferença. Usei o branco, pequeno, de feira. 

Desta vez usei o pó de cinco especiarias e os cogumelos, que faltaram na versão com mangarito. Usei também o caldo de galinha caseiro e o sabor ficou muito mais rico. A técnica de preparo, que é a mesma, com fotos do passo a passo, está lá no bolo de mangarito, mas aqui vão as orientações. 

Melhor se for taro roxo - o prato fica mais bonito
Mas pode ser taro branco, pequeno



Bolo de taro

Lave bem e deixe de molho em recipientes separados, 1/3 de xícara (50 g) de camarão seco, por cerca de meia hora, e 6 cogumelos chineses secos por 2 horas. Escorra bem, reserve as água e pique.

Coloque 80 ml (1/3 de xícara) de óleo numa wok ou frigideira funda e leve ao fogo. Junte 3 cebolas médias pequenas partidas ao meio de comprido e fatiadas bem finas. Deixe dourar. Retire a cebola e deixe escorrer. Coloque para fritar no mesmo óleo 300 g de taro cortado em cubos de mais ou menos 1,5 centímetro. Deixe fritar por cerca de 2 minutos. Deve amaciar ligeiramente. Retire da frigideira, escorra bem e polvilhe uma pitada de sal, uma de pimenta-do-reino branca e outra de mistura de cinco especiarias (tempero pronto, encontrado em lojas asiáticas composto de anis estrelado, funcho, canela, cravo e pimenta de sichuan - pode ter variações e incluir outras como gengibre, alcaçuz e noz moscada). Deixe apenas 1 colher (sopa) de óleo na frigideira e descarte o resto. Coloque na frigideira o camarão picado e o cogumelo picado. Mexa bem e deixe refogar por uns dois minutos. À parte, misture o caldo do camarão e do cogumelo e complete com água para render 2 xícaras. Misture este caldo com 1 xícara de farinha de arroz e 2 colheres (sopa), sempre rasas, de polvilho de mandioca e despeje na frigideira com 2 xícaras de caldo de frango. Não pare de mexer até engrossar como uma polenta> Junte o taro e a cebola frita (reservando 1/3 dela para a cobertura) e misture. Prove e veja se precisa de sal - o camarão seco já é salgado. Se precisar, salgue a gosto. Adicione mais pimenta-do-reino branca, se quiser, e misture. Despeje tudo numa forma pequena forrada com papel manteiga - quadrada (20 por 20 centímetros) ou no formato e tamanho que caiba numa panela de vapor. Coloque na parte de cima da panela de vapor, tampe e cozinhe por 40 minutos - vai estar mais grudento. Deixe esfriar, desenforme e cubra com as cebola frita reservada e mais cebolinha picada, pimenta sem sementes e gergelim torrado. Corte em pedaços e sirva em temperatura ambiente, na hora do lanche, acompanhado de chá. Se quiser, aqueça os pedaços no vapor ou no microondas na hora de consumir.

Rende: 20 pedaços

4 comentários:

Valéria Cotta disse...

Neide, estou simplesmente encantada.
Descobri seu blog por acaso, e estou me deliciando.
Cresci na zona rural do interior de Minas,e muitas das plantas que você usa pra mim era só "matinhos",tenho aprendido muito, é bom ver o quanto algumas pessoas ainda valorizam as pequenas coisas e encontram modos simples e deliciosos de aproveitá-los.
Você está de parabéns!
Obrigada por compartilhar conhecimento.
Abraços,
Valéria

Neide Rigo disse...

Valéria,
obrigada!
Um abraço, N

Anônimo disse...

Adoro bolo de inhame, sou descendente de malasianos e minha mae sempre fez em casa, mas a receita original é com inhame roxo, o inhame branco daqui do Brasil tem menos amido e baba mais.
Obrigada por postar a receita.
Abs,
Nice

Marina disse...

Boa tarde, Neide! Adoro muito seu blog,
!Já descobri diversos matinhos que temos serem comestíveis e me divirto identificando-os.
Mas me diga: Vi algumas receitas estrangeiras que usam taro roxo, que ficam lindas. Fui procurar pra comprar e ouvi muita gente dizer que taro roxo é o bravo, não pode comer por ser muito tóxico. Minha mãe também disse-me isso.
É verdade? Ou tem diferença entre o taro roxo estrangeiro e o brasileiro? Outra coisa que notei: mesmo o branco, às vezes ao cortá-lo encontro uns pedaços azul meio cinza, meio roxo. Se deixar cortado fora d'àgua ele vai ficando assim. Minha mãe diz que estragou e joga fora...mas não seria talvez só oxidação?
Desde já, muito obrigada!