quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pasteizinhos de banana-da-terra

Foto: Caroline Leone. Nhac! 

Hoje a edição do Paladar é dedicada especialmente ao Paladar-Cozinha do Brasil, do qual participei com as chefs Ana Soares e Mara Salles falando de algumas frutas, entre elas a banana-da-terra. Mostrei lá como fazer estes pasteizinhos com massa de banana-da-terra. Na verdade, me inspirei nas empanadas de plátano da América Central. O recheio, feito de farinha de arroz, lembra arroz doce quando você perfuma com raspinhas de limão. Mas já fiz também com amburana e ficou delicioso. Com as sementinhas de fava de baunilha fica ainda melhor. Mas, a exemplo da folha de banana que dei ontem, aqui há uma tentação para se fazer ajustes. O coco, por exemplo, foi por minha conta. Já pensou este recheio à base de carne seca desfiada bem sequinha?  Ou camarão? peixe desfiado? Esta aí a ideia da massa que não tem nada a mudar, não leva sal nem açúcar, nem ovo, nem farinha, nem leite. Banana madura, mas não mole, cozida, amassada e só. Agora, o recheio você inventa se não quiser provar este de arroz. Só não pode ser muito molhado, que a massa é frágil.  A receita original de empanada é frita, mas testei assar e não ficou nada mal, afinal o calor do forno ou do óleo quente serve apenas para dourar e destacar aquele sabor de banana caramelada, mas lembre-se que o pastel pode até ser comido só montado, afinal a massa já está cozida e o recheio também. Divirta-se! 

Banana-da-terra cozida até ficar bem macia
Passa no espremedor de batatas enquanto ainda está quente. Ou no
processador até a massa ficar lisinha
Para a massa de banana: lave bem e corte as pontinhas de bananas-da-terra maduras, porém firmes. Corte cada banana em 3 ou 4 pedaços, coloque numa panela, cubra com água e leve ao fogo. Deixe cozinhar por cerca de meia hora ou até os pedaços de banana estejam macios. Descasque e passe os pedaços ainda quentes em espremedor de batatas.  Com as mãos, junte tudo formando uma massa coesa e espere esfriar antes de usar em bolinhos, pães, escondidinhos, bolos etc.

Para os pasteis ficarem iguais, use um medidor para a massa

Depois que tirou as porções, enrole pra fazer bolinhas
Entre duas folhas plásticas as bolinhas são achatadas 
Qualquer utensílio pesado com fundo liso serve para achatar
Tire o plástico de cima e coloque o recheio
Dobre o pastel com ajuda do plástico
Não precisa, mas cortar assim deixa o pastel mais bonito e ajuda a selar
As bolinhas, óvulos não fecundados,  são da própria banana
Para fazer os pasteizinhos, retire porções de massa com uma colher de sopa, abra entre duas folhas de plástico até formar um disco com cerca de 8 centímetros ou do tamanho que preferir. Usei o fundo de uma cafeteira para fazer papel de prensa. Tire a folha de cima, coloque no centro uma porção de recheio, feche com ajuda do plástico que ficou - se quiser, corte com cortador de biscoito para ficar bonito. E frite em bastante óleo quente. Quando dourar, escorra bem, coloque sobre um papel absorvente e passe por açúcar e canela. 



O recheio de arroz: numa panela misture bem 1 xícara de leite, 3 colheres (sopa) de açúcar, 3 colheres (sopa) de farinha de arroz. Leve ao fogo, mexendo sempre, até espessar. Junte o coco ralado e misture.  Espere esfriar antes de usar. Deve ficar um manjar denso.  Se quiser, perfume o leite com raspas de limão, sementinhas de uma fava de baunilha ou 4 sementes de amburana.  

Frita, escorre e passa no açúcar com canela

Aqui, açúcar rosa de jabuticaba com canela

Versões do mesmo assado: se preferir, leve os pasteizinhos ao forno em assadeira untada ou sobre pedaços de folhas de banana ou de galanga ou de cúrcuma. Deixe até dourar. 
Assado sem nada, sobre folha de bananeira
Polvilhado com açúcar e canela antes de assar 
Em folhas de galanga


Pincelados com mel de jataí extraído ontem,  antes de assar
Com mais mel de jataí pra finalizar

12 comentários:

Unknown disse...

Já comi com o recheio de queijo.
Uma delícia.
Beijos!

marta disse...

Oi Neide,
assim que achar este tipo de banana por aqui,vou tentar esta receita,parece deliciosa.Dizem que primeiro a gente come com os olhos e depois com a boca.Bom,com os olhos já provei todas as opções,agora falta fazer e comer!!!!!(rsrsrsrrs)

Anônimo disse...

Neide, será que dá certo com outro tipo de banana, nanica ou prata, por exemplo? Abç
Izabel

Anônimo disse...

Adorei....Vou tentar fazer!!!
Bjos!

Claudia disse...

Neide,

Já tinha ficado impressionada com o papel de banana, mas esse pastel é fenomenal. Deve ser uma coisa de louco esse pastel de banana. Eu já imagino o sabor e a textura, já fiz tanta coisa com bananas, mas nada parecido com essa massa. E parece um risole de festa, de fato deve ficar fantástico com camarão ou frango. Frango combina com banana. Será que dá para fazer com banana nanica (banana d'agua)? Aqui não há banana da terra.

Parabéns pelo Paladar.

Claudia

Marisa Ono disse...

Também pensei em carne moída, coisa comum (ainda) pelo interior.

Neide Rigo disse...

Claudia,
pena que não tenha aí a banana da terra. Com outro tipo de banana, acho que precisa escolher frutas ainda verdolengas, para que a massa cozida fique mais firme.

Marisa, deve ficar muito bom sim com carne moída bem sequinha. Depois me conte.

Um abraço, N

wair de paula disse...

Meusdeuses, que maraviha estes pasteis. Banana e mais ada na massa? Perfeito...nao sei porque, as lembrei dos pasteis de angu das Minas Geraes, que adoro. Abraços, vou tentar fazer isto e dpois conto.

bicho disse...

esses pastéizinhos estão habitando meus sonhos há uma semana ... as bananas que comprei acabaram de amadurecer e já foram pra panela !quero saber se essa massa aceita bem congelamento .Estou adorando meus passeios pelo Blog !parabéns pelo trabalho Gde abraço Susane

Fabricio disse...

nossa que maravilha essa receita me lembra que em Manaus tem muita dessa banana pacovan frita pra comer com leite condensado, uma delicia.

Zilma disse...

Neide,
Adorei participar de seu curso hj no CRAS Campo Limpo.
Amei os pasteizinhos.... vc tem uma mão divina..
Abraços,
Zilma

Neide Rigo disse...

Zilma, a alegria foi toda minha. Obrigada!
beijos, N