quarta-feira, 13 de julho de 2011

Acrelândia, uma cidade em movimento



Tenho andado pra cima e pra baixo sob sol forte de Acrelândia, uma cidade diferente das que conheci até hoje. É uma cidade nova, cheia de problemas, cheia de descasos e rica em histórias de pessoas que vem e vão em busca de trabalho, que estão em constante movimento. Aproveito a pesquisa de ambiente alimentar da equipe do projeto da USP do qual participo e ando com o Pablo, a Bárbara e a Lúcia pesquisando pontos de venda de alimentos. Enquanto isso conhecemos um pouco da história dessa gente que vem do Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul etc. e que se vai com a mesma facilidade em busca de outras oportunidades. 

O projeto, que envolve pesquisadores com formação em medicina e nutrição, acompanha a saúde e estado nutricional de crianças da cidade desde 2003.  E muitas destas crianças, que estavam aqui no ano passado, neste ano não estão mais. Mas o que mais me chamou a atenção foi o número de casas à venda, como podem ver nesta pequena amostragem. Com 10, 12 mil você compra uma casa de madeira com quintal grande de chão árido. Uma ou outra tem alguma horta, alguma flor, mas parece que ninguém finca raízes nesta estadia passageira. Salta aos olhos também o número de vendinhas e placas de venda de refresco nas casas. E se você acha que refresco é suco de cupuaçu, de jambo, carambola ou de tamarindo, que tanto dão por aqui, saiba que está enganado. É mesmo só água e pó aromatizado e colorido artificialmente vendido a rodo em todo mercadinho.

Amanhã vou dar uma oficina sobre culinária com opções saudáveis com o que encontrei nas nossas andanças. Mas depois falo sobre as comidas e, por menos identidade que encontrei, já tenho muito sobre o que falar.

14 comentários:

Mariangela disse...

me identifiquei com as "pessoas que vem e que vão,em constante movimento".Beijos e saudade querida!!

Angela Escritora disse...

Essa série de fotos tem que ser divulgada pro mundo!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Colocar na bienal em todos os cantos. Posta no facebook!

Margot disse...

O texto, as fotos, as andancas...Isso tudo eh tao bom, Neide! Que bom conhecer parte do Brasil atraves de voce. Bj grande

Roselei Strassburger Volpe disse...

Neide, te deixei uma mensagem no tel da tua casa e pensei que por não ter ouvido de ti, poderias estar viajando. Que bom!!!! Cuide-se e qdo voltares, me liga pq teremos uma forno para testar e usar se quiseres.
Beijos com carinho,
Rose

Welerson Prata disse...
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Welerson Prata disse...

Bacana, não sabia deste projeto, mas diga ai onde dara a Oficina, também achei bem interessante o comportamento dos acrelandenses, quando cheguei aqui em fevereiro deste ano ate estranhei, hoje onde trabalho vejo a dificuldade que o povo tem de ficar na cidade, acho que é o motivo que plantam hortas, para não criar raízes mesmo, mas passe o endereço que farei o possível para ir.
(por favor apague o outro comentário, inadmissível o erro cometido, assassinei o português)

Joice disse...

Neide,
Seja bem vinda a Região Norte do Brasil. Sou de Rondônia.
Vê se compra farinha de mandioca do Acre. Ai tem as melhores do Brail. Experimente a farinha com coco.
Um beijo.
Joice Santini

Neide Rigo disse...

Mari, é mesmo. Quase igual!

Angela, postei lá no face.

Margot, um dia chego aí.

Roselei, que bom saber que temos agora um forno de lenha na vizinhança!

Welerson, a primeira aula foi ontem na quadra. Mas no sábado vamos fazer um picnic coletivo debaixo das mangueiras, em frente à quadra poliesportiva. Apareça, será às 4 horas. Que bom saber de um leitor aqui tão perto. Estamos na casa do pessoal da USP, na rua Paraná, perto do Skinão. Apareça! Ou mande email: neide.rigo@gmail.com.

Joice, obrigada. Imagine se já não comprei as farinhas do Acre. Comprei em Rio Branco a de Cruzeiro do Sul, com ou sem coco.

Um abraço, N

Davi Moura disse...

Adoraria visitar a região Norte! A culinária deve ser espetacular! Boa sorte nos projetos, hein?

Karina Mendes disse...

que legal vc mostrando um pouco do seu trabalho, gostei :)
incrível que as pessoas não aproveitem o que vem da natureza ao seu redor, como pode com tanta fruta boa, tomar suco de "pózinho"? que coisa, que pena... tomara que eles sigam suas dicas mais saudáveis, alguma sementinha vc consegue plantar :)

Unknown disse...

Parabéns pelo novo lay-out! E pelo novo trabalho!

Impressões Amazônicas disse...

Estive no Acre ano passado e "passei direto" por Acrelandia. Se tivesse lido seu post, com certeza teria dado pelo menos uma paradinha. Parabéns pelo texto e pelas fotos. Seu blog é show.
Altamiro

luiz disse...

Acho o seu blog o máximo. Me surpreendo como a gente conhece tão pouco do nosso país.
Tenho uma dúvida e talvez voc~e possa ajudar. Existe alguma forma de saber se o aipim que compramos é dos bons? É tão incerto. Uma hora estragado, outra não cozinha bem. Ah e se tiver um bom bolo de aipim pra ensinar eu agradeço. Os que faço sempre ficam super pesados. Queria encontrar uma receita daquelas que o bolo fica molinho e não uma sola,rss.

Neide Rigo disse...

Davi, não perca esta oportunidade. Vale a pena.

Mutante, tenho esperança que as sementes deixadas por lá vinguem.

João, obrigada. Imagino que nada do que falei seja novidade pra você que bem conhece a região norte.

Altamiro, é sempre uma experiência interessante poder conhecer lugares como Acrelândia, que é um resumo do Brasil.

Luiz, também adoraria saber escolher mandioca. Só sei que quando o tempo está mais seco elas são melhores. Quanto ao bolo, deve ter algum no Come-se. Não me lembro mais. Preciso ver. Se quiser se adiantar, vá ao campo de buscas.

Um abraço, N