terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cipolla rossa di Tropea



De vez em quando ainda descubro preciosidades italianas sobre as quais ainda não falei. Uma delas é a Cipolla rossa di Tropea, sobre a qual havia prometido falar lá atrás, quando voltei de Florença, em julho. Trouxe uma penca delas na mala e, corre pra lá, corre pra cá, só fui ter tempo de cozinhar as ditas em meados de setembro - olhe que aguentaram firmes. E tempo pra falar delas, só agora.
Comi pela primeira vez estas cebolas no encontro da comissão da Arca do Gosto do Slow Food, em Scandicci, do ladinho de Florença. Mostrei o prato aqui. Nada mais que cebolas de Tropea fatiadas, agridoces, com bastante azeite, para comer com pão, de preferência o toscano, sem sal. Muito saborosas. Aí as encontrei no mercado de Florença por acaso e resolvi trazer sob o risco de ser barrada no aeroporto. Pelo menos pude concluir que elas duram bastante (quase dois meses).
Na Itália, a questão da origem é algo a ser levado a sério. Por todos os lados vemos produtos com nome e sobrenome ou melhor, nome e origem. Zafferano di San Giminignano, farro della Garfagnana, fagiolo di Sorana, lardo di Colonnata, prosciutto del Casentino, cinta senese, marrone del Mugello.... e cipolla rossa di Tropea.
Estas cebolas roxas de Tropea são muito usadas na cozinha calabresa (Tropea fica na Calábria - veja uma foto linda aqui) e apreciadas por sua doçura e digestibilidade. É agradável e mais adocicada quando cozida, mas também é agradável quando crua. Todas as descrições que li sobre ela me fizeram pensar numa cebola muito mais doce do que realmente é. É sim um pouco mais adocicada, mas na falta dela pode ser usada a nossa roxa comum nesta receita italiana - baseada nesta daqui (com muita licença de interpretação).
Cebola agridoce com menta
1 quilo de cebola roxa de Tropea (ou daqui mesmo, vá)
Azeite de oliva para forrar o fundo da frigideira - bastante
1 colher (chá) rasa de sal ou a gosto
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de vinagre de vinho tinto
20 folhinhas de hortelã fresca (ou mais, se gostar delas)
Pão ralado tostado a gosto

Descasque a cebola e corte longitudinalmente, em lascas finas. Numa frigideira antiaderente grande, coloque o azeite e leve ao fogo para aquecer. Junte as cebolas e deixe cozinhar até murcharem. Junte o sal, o açúcar e o vinagre e cozinhe, mexendo de vez em quando, até ficarem bem macias. Acrescente as folhas de hortelã, mexa bem. Polvilhe com pão ralado e sirva morno ou frio com pão e vinho.
Rende: de 10 a 15 porções


2 comentários:

Gina disse...

Puxa, me deu vontade de experimentar essas cebolas. Estive em Florença há um mês e aquele mercado é muito bom, né? Comprei massas e frutas desidratadas de sabores diferentes das que encontramos por aqui.
Bjs.

clau disse...

Ciao Neide!
Tem tb aquela rossa di Cannara, que tb é muito boa.
A cidade até tem uma feira da cebola, famosa e antiquissima, onde servem até doce feito com ela (bom, por sinal).
O gozado, por aqui, nao é sò a coisa do nome nao.
Tem tb que cada uma tem uma utilizaçao precisa: a branca é para uma coisa, a dourada A para uma outra e a dourada B para outra ainda, o scalogno sò serve para aquilo e cosi via.
Divertido demais!
E a gente que se contenta com o nosso solito pacote daquelas douradas pra fazer tudo! Rsss.
Bjs!